Teerã e outras regiões iranianas são alvos de bombardeios israelenses; autoridades iranianas prometem retaliação e alertam para consequências catastróficas
Em uma guinada radical na condução da guerra, as Forças Armadas de Israel anunciaram neste sábado (14) que o Irã se tornou oficialmente sua principal frente de combate. Até então focado em Gaza, o Exército israelense redirecionou seus esforços para o território iraniano, iniciando uma série de bombardeios aéreos que atingiram alvos estratégicos, incluindo instalações nucleares, bases militares e centros de comando.
A ação marca uma escalada sem precedentes no já instável cenário do Oriente Médio, com potencial para desencadear um conflito regional de grandes proporções. Segundo autoridades iranianas, até o momento, 78 pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas no Irã desde o início dos ataques. Do lado israelense, foram confirmadas três mortes e mais de 80 feridos após retaliações iranianas com mísseis e drones.
Cientistas nucleares entre os alvos
Israel confirmou que o ataque iniciado na sexta-feira (noite de quinta-feira no Brasil) resultou na morte de nove cientistas nucleares iranianos, número superior ao inicialmente divulgado. A ofensiva também teve como alvo a instalação nuclear de Fordow, uma das mais sensíveis do programa atômico do Irã. Apesar do impacto, autoridades iranianas informaram que os equipamentos mais importantes foram removidos antes da explosão, e que os danos são considerados “administráveis”.
A instalação de Fordow, localizada em uma área subterrânea altamente protegida, abriga centrífugas essenciais ao processo de enriquecimento de urânio. Atingi-la simboliza uma mudança de paradigma na postura israelense, que agora assume abertamente o objetivo de desmantelar completamente o programa nuclear iraniano.
“Teerã vai queimar”, diz ministro da Defesa de Israel
Em pronunciamento oficial, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que, caso novos mísseis sejam lançados contra seu território, “Teerã será destruída”. Ele acusou o governo iraniano de “usar sua população como escudo” e “colocar o país inteiro em risco por sua obsessão nuclear”.
O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, tenente-general Eyal Zamir, afirmou que os bombardeios neutralizaram parte significativa dos sistemas de defesa aérea iranianos. “O caminho para Teerã está aberto. Nossas forças podem agora operar com liberdade sobre o espaço aéreo iraniano”, declarou.
Irã promete reação à altura
Autoridades iranianas, por sua vez, classificaram os ataques como uma violação grave da soberania nacional e prometeram resposta severa. Em nota oficial, o governo do Irã afirmou que fará Israel “se arrepender profundamente” e que o país está preparado para uma guerra prolongada.
Behrus Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, minimizou os danos em Fordow, mas alertou que qualquer tentativa de desmantelar o programa nuclear será vista como declaração de guerra total.
Apoio e cautela internacional
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou apoio à ofensiva israelense e confirmou que forças americanas já atuaram na derrubada de drones e mísseis iranianos direcionados a Israel. A França, por meio do presidente Emmanuel Macron, também manifestou apoio à “autodefesa israelense”.
Já o governo britânico adotou uma postura mais cautelosa. Em conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o premier britânico Keir Starmer reconheceu o direito de Israel à autodefesa, mas defendeu a urgência de uma solução diplomática para o conflito, reiterando que o Reino Unido não participou da ofensiva militar.
Conflito pode se expandir
A comunidade internacional acompanha com preocupação o rápido avanço do conflito. A mudança de foco de Israel — de Gaza para o Irã — amplia a escala e a complexidade da guerra. Há temores de que potências regionais e globais sejam arrastadas para uma nova guerra no Oriente Médio, com impactos devastadores em segurança, economia e estabilidade global.
Enquanto isso, os ataques continuam. Imagens divulgadas pelas Forças Armadas de Israel mostram bombardeios sobre áreas estratégicas de Teerã e outras regiões. O Irã segue lançando mísseis e drones em resposta, e o número de mortos e feridos tende a aumentar nas próximas horas.