quinta-feira, abril 24, 2025

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Incêndios na Coreia da Sul dobram de extensão e já são os maiores da história


As autoridades da Coreia do Sul lutam contra incêndios florestais que dobraram de extensão em 24 horas, tornando-se os maiores já registrados no país. Ao menos 26 pessoas morreram e centenas de construções foram destruídas, inclusive prédios históricos declarados patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Na manhã desta quinta-feira (27/03), as chamas já haviam carbonizado mais de 36 mil hectares apenas no maior dos incêndios, no condado de Uiseong. Já as ordens de evacuação deslocaram ao menos 37 mil pessoas.

O chefe da divisão de desastres e segurança do país, Lee Han-kyung, advertiu que os incêndios expuseram mais uma vez “a dura realidade da crise climática” que impõe crises de proporções maiores “de tudo o que já vivenciamos antes”.

O ano passado foi o ano mais quente já registrado no país, com uma média anual dois graus acima da média dos últimos 30 anos. Além disso, as áreas afetadas registraram esta temporada metade da precipitação média normal e o país enfrentou o dobro de incêndios que em 2024.

Nesta quinta-feira mais de 9 mil pessoas e 120 helicópteros trabalhavam no combate às chamas, segundo o centro de respostas a desastres do governo. A superfície de florestas queimadas é inédita: o maior incêndio anterior queimou 24 mil hectares contra 37 mil do atual.

Incêndio florestais
Wikimedia Commons
Incêndios florestais estão s propagando com velocidade inédita na Coreia do Sul

Sem previsão de chuvas significativas

As regiões mais atingidas foram Andong e os condados de Uiseong e Sancheong, assim como a cidade de Ulsan. Em Andong, a fumaça e os ventos obrigaram na quarta-feira (26/03) à noite a evacuar duas vilas, uma delas do século XIV-XV. Reportagem exclusiva do Opera ouviu moradores de Andong que descreviam um apocalilpse.

Ao menos dois patrimônios mundiais da Unesco estavam sob risco e alguns foram perdidos. Em Yuseong foram reduzidas a cinzas entre 20 e 30 estruturas do complexo do templo de Gounsa, cujas primeiras construções são do século VII. Entre as estruturas carbonizadas estava um edifício de 1668.

A agência meteorológica sul-coreana prevê alguma chuva, mas insuficiente para extinguir os incêndios (menos de 5 mm na maior parte das áreas afetadas). Os incêndios começaram na sexta-feira (21/03) e no início desta semana os bombeiros haviam extinguido a maioria dos focos, mas o vento e o ar seco voltaram a fazer a situação fugir do controle. Especialistas disseram que a propagação teve escala e velocidade extremamente incomuns.

Os mortos nos incêndios atuais incluem o piloto de um helicóptero que caiu quando combatia as chamas, quatro bombeiros e outros trabalhadores que ficaram presos nas chamas. A maioria das outras vítimas mortais eram pessoas com mais de 60 anos.



Fonte: Opera Mundi

trezzenews