terça-feira, abril 22, 2025

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Campanha defende liberdade de médico torturado por Israel


Entidades e personalidades brasileiras estão apoiado a campanha internacional em favor do médico palestino Hussam Abu Safiya, que se encontra preso pelo exército israelense e tem sofrido com sessões de tortura há quase três meses, segundo sua advogada.

Abu Safiya foi preso no dia 27 de dezembro do ano passado, juntamente com toda a equipe do centro médico dirigido por ele, o Hospital Kamal Adwan, que fica no norte da Faixa de Gaza. O caso reascendeu o debate global sobre as arbitrariedades às quais os palestinos estão sujeitos devido à ocupação dos seus territórios por parte de Israel.

O Centro Al Mezan, organização dedicada à cauda dos Direitos Humanos e uma das principais promotoras da campanha, expressou sua preocupação com a segurança e bem-estar do pediatra, denunciando as restrições de acesso à sua advogada.

Em um comunicado, a ONG exigiu “a libertação imediata e incondicional do doutor Abu Safiya e de todos os palestinos detidos arbitrariamente por Israel”, e fez um apelo à comunidade internacional para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a pôr fim às violações sistemáticas aos direitos humanos dos palestinos, especialmente em Gaza.

Testemunho da advogada

Em entrevista ao meio francês Informations Ouvrières, publicada em 19 de março, a advogada Gheed Kassem, que trabalha na defesa de Aby Safiya, disse que em sua última visita à prisão, no início deste mês, ela observou que “ele apresentava sinais de que foi severamente espancado por seus carcereiros. Ele disse que desde a visita anterior, que aconteceu dez dias antes, houve seis sessões de espancamento. Verifiquei que ele tinha quatro costelas quebradas e que seus olhos apresentavam contusões evidentes devido aos golpes que sofreu”.

A advogada também disse que o pediatra “sabe que há uma campanha internacional maciça para libertá-lo, e disse estar preocupado com a retomada da guerra”.

“Ele fez muitas perguntas sobre o hospital, sobre os funcionários, sobre os pacientes, e sobre seu filho, que foi morto pelo exército israelense e está enterrado no pátio do hospital (…) perguntou se o corpo do seu filho foi transferido para fora do hospital, se foi transferido para um cemitério em Gaza”, contou Kassem.

Al Mezan
Pediatra palestino Hussam Abu Safiya se encontra preso desde dezembro de 2024

Quanto às condições da cela onde o médico se encontra, a defensora disse que “o banheiro só está disponível para banho uma hora por semana, há apenas uma toalha para cada cinco pessoas, quase não há comida para ele e para os demais prisioneiros”.

Desde janeiro deste ano, Kassem conversou com 121 palestinos de Gaza que foram libertados recentemente por Israel, e explicou que “todos eles disseram que, durante o período de detenção, os carcereiros inseriam bastões em seus ânus e soltavam cães para que os atacassem e mordessem seus corpos”.

Situação jurídica

Com respeito à defesa de Abu Safiya, sua advogada disse que “a Justiça israelense colocou sobre ele a categoria de ‘combatente ilegal’, isso significa que ele pode passar anos na prisão sem ter um julgamento”.

Para Kassem, a melhor estratégia neste momento é a de “intensificação da campanha internacional, não só para o caso do doutor Abu Safiya mas de todos os detentos de Gaza presos sem provas e sem julgamento”.

Campanha no Brasil

Sindicatos de profissionais de saúde do estado de São Paulo enviaram em fevereiro um manifesto ao então diretor da Secretaria de Relações Institucionais de São Paulo, Fábio Manzini, solicitando ao governo brasileiro que interceda em favor da libertação de Abu Safiya.

O documento denuncia as violações aos direitos humanos, incluindo tortura e abuso sexual sofridos pelos profissionais de saúde palestinos, e faz parte de uma articulação global que envolve políticos e instituições de vários países, contando com assinaturas de parlamentares do Brasil, Estados Unidos, França e Reino Unido, entre outros.

No caso do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma das entidades que apoia abertamente a campanha. Também assinaram o manifesto personalidades como a cineasta Tata Amaral, o jornalista Breno Altman e o ex-deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), que também é médico. Outro político de destaque que firmou o documento foi o senador Humberto Costa (PT-PE), atual presidente interino do Partido dos Trabalhadores, também médico de profissão.



Fonte: Opera Mundi

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