quarta-feira, abril 23, 2025

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Haddad defende tributação dos super-ricos


Em Paris nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou nesta segunda-feira (31/03) de uma conferência sobre os desafios da governança climática na Universidade Sciences Po, no qual ele defendeu a tributação dos super-ricos, um ponto de convergência entre Brasil e França, e que é uma bandeira brasileira durante a presidência do G20.

“Na defesa da tributação dos super-ricos, um imperativo moral diante do avanço das oligarquias dentro das democracias, França e Brasil mostraram o caminho da coordenação Norte-Sul que pode ajudar o sistema internacional a sair do impasse”, afirmou.

Haddad lembrou a autoria francesa da proposta defendida pelo Brasil de tributar 2% da renda dos super-ricos, elaborada pelo economista Gabriel Zucman com apoio da Nobel de Economia Esther Duflo (2019).

“Sem o apoio de intelectuais como Zucman e Duflo, o primeiro passo para uma tributação coordenada não teria sido alcançado com a Declaração sobre Cooperação Tributária Internacional e o documento final da Cúpula do G20 no Rio, em novembro passado. Esperamos reeditar essa parceria franco-brasileira na COP com outras bandeiras”, completou.

Fernando Haddad em Paris
Diogo Zacarias / Agência Pública
Haddad defendeu a taxação dos super-ricos durante participação em conferência na França

COP30 e multilateralismo

A viagem do ministro integra os preparativos para a visita do presidente Lula à França em junho, com uma agenda de debates sobre o Plano de Transformação Ecológica e a reforma do G20.

Destacando a importância da COP30, que acontece em Belém no final deste ano, Haddad a chamou de “COP da implementação”, ou seja, uma COP que irá sair do papel, e defendeu que “o Brasil tem de liderar pelo exemplo, promovendo uma agenda climática inclusiva e focada em soluções concretas”.

Sobre o multilateralismo em tempos de Donald Trump, sua defesa foi enfática: “a melhor resposta à crise é ousarmos ainda mais nesse caminho”.

E acrescentou: “quanto mais se apostar no multilateralismo, menor a chance de regressarmos a um cenário pós-guerra. Manter o mundo multipolar e abrir oportunidades para países à margem do desenvolvimento é a forma mais correta de agir”

Agenda em Paris

Nesta terça-feira (01/04), Haddad se reúne com o ministro da Economia francês, Éric Lombard, para discutir a agenda bilateral e a visita do presidente Lula em junho.

Questionado pelos jornalistas franceses em coletiva nesta segunda sobre o acordo Mercosul-UE, o ministro declarou: “não vim aqui para convencer a França, mas espero que analisem com carinho o que foi construído a muitas mãos”.

Na agenda do ministro desta segunda, estão previstos um encontro com empresários franceses e o discurso de abertura dos Diálogos Econômicos Brasil-França. Ele retorna ao Brasil na madrugada de quarta-feira (02/04).

Com Agência Brasil.



Fonte: Opera Mundi

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