O chanceler do Mali, Abdoulaye Diop, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (03/04) que seu país possui provas fotográficas e em vídeo de que a Ucrânia estaria enviado armamentos a grupos terroristas que operam na região do Sahel, no norte da África.
“Gostaria de reiterar o nosso compromisso na luta contra o terrorismo e também contra os países que patrocinam esses grupos terroristas, como é o caso da Ucrânia”, enfatizou Diop.
O diplomata malês afirmou que seu país está realizando investigações sobre o envolvimento de Kiev com os grupos terroristas, e acrescentou que seu governo estuda a possibilidade de pedir a ajuda de Moscou, caso seja necessário reforçar a luta contra tais organizações.
Segundo o governo do Mali, as investigações sobre os grupos terroristas que atuam no Sahel já reuniram diversos armamentos ucranianos, além de fotos e vídeos.
Um desses vídeos teria sido difundido pelas redes sociais da embaixada da Ucrânia no Senegal e comprovaria o apoio do país aos responsáveis pelo ataque perpetrado entre 25 e 27 de julho no norte do Mali, o qual teria vitimado dezenas de soldados do exército malês.
Chanceleres de Mali, Abdoulaye Diop, e da Rússia, Sergei Lavrov, participaram de coletiva conjunta em Moscou
Apoio da Rússia
A declaração de Diop aconteceu durante uma coletiva em conjunto realizada em Moscou, na qual também participaram os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, do Níger, Bakary Yaou Sangaré, e de Burkina Faso, Karamoko Jean-Marie Traoré.
A posição do Mali com relação à Ucrânia está em sintonia com a de Níger e Burkina Faso. Os três países formam a chamada Aliança do Sahel, através da qual se rebelaram contra a influência da França, antiga colonizadora da região – vale lembrar que o Sahel é uma região no norte da África, ao sul do deserto do Saara.
Diop, Sangaré e Traoré acusaram o Ocidente de usar Kiev para atingir seus objetivos geopolíticos na África e ameaçar os países que “se libertaram da influência colonial”, segundo as palavras do chanceler malês.
Os três países romperam oficialmente suas relações com Kiev em agosto passado. Dias depois, pouco antes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), seus representantes na entidade entregaram uma reclamação formal ao Conselho de Segurança instando a principal instância do organismo multilateral a “assumir suas responsabilidades diante da decisão deliberada da Ucrânia de apoiar o terrorismo”.
Com informações de RT e Al Arabiya.
Fonte: Opera Mundi