O anúncio das novas tarifas da política comercial, imposta unilateralmente por Donald Trump, na tarde de quarta-feira (02/04), atingiu de forma distinta os parceiros comerciais dos Estados Unidos. Considerado um golpe contra a economia global e uma catástrofe não só para os países atingidos, mas também para a potência global, o tarifaço priorizou os países asiáticos, em particular, a China.
Sob a retórica de recuperar a indústria estadunidense e o nacionalismo econômico, as medidas foram apresentadas como uma política “justiça” contra um Estados Unidos que estariam sendo “roubados” nestas negociações ao longo das últimas décadas.
“Nosso país foi saqueado, pilhado, estuprado e explorado por outras nações. “Isso termina hoje”, declarou Trump, chamando o 2 de abril de “Dia da Libertação”.
Os mais atingidos
Entre as nações que receberam um aumento em torno dos 50%, constam Saint-Pierre e Miquelon, que permanece sob controle francês a noroeste do oceano Atlântico, e Lesoto, um pequeno país da África Austral.
O maior prejudicado é a China que, somadas às taxas adicionais de 20% sobre todas as importações anunciadas anteriormente, sofre um acréscimo de 54%.
Na faixa dos 40% de aumento estão Camboja (49%), Laos (48%), Madagascar (47%), Vietnã (46%), Sri Lanka (44%), Myanmar (44%), Síria (41%), Ilhas Maurício (40%), entre outros.
Além da China, outros países que sofreram imposição de 30% constam: Iraque (39%), Guiana (38%), Bangladesh (37%), Sérvia (37%), Botsuana (37%), Tailândia (36%), China (34%), Indonésia (32%), Angola (32%), Taiwan (32%), Suíça (32%), África do Sul (31%), Paquistão (30%), Argélia (30%).
Na faixa dos 20%, estão, entre outros, Venezuela (29%), Paquistão (29%), Índia (26%), Coreia do Sul (26%), Japão (24%), Malásia (24%), União Europeia (20%), Jordânia (20%), Filipinas (18%) e Israel (17%).
Os menos atingidos
O Brasil foi taxado em ao menos 10%, e ao seu lado também estão Reino Unido, Austrália, El Salvador, Colômbia, Peru, Argentina, Chile, Singapura, Egito, Gambia, Etiópia, Guiné Bissau, Maldivas, Catar, Turquia, entre outros.
Na prática, porém, esses índices são muito maiores considerando que as taxas aplicadas pelos Estados Unidos se somam às anunciadas anteriormente pelo governo Trump, como as taxas adicionais de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio e a tarifa, em vigor nesta quinta-feira (03/04), de 25% sobre todos os veículos (e eventualmente autopeças) importados.
Fonte: Opera Mundi