quinta-feira, abril 24, 2025

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Ataque contra paramédicos em Rafah foi intencional, revela vídeo


O Crescente Vermelho Palestino (PRCS) publicou, neste sábado (05/04), um vídeo do ataque israelense que matou 15 paramédicos de sua entidade, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Defesa Civil em Gaza, em 23 de março.

“A Sociedade Palestina do Crescente Vermelho obteve um vídeo da família de um dos paramédicos martirizados, encontrado em seu telefone celular depois que seu corpo foi recuperado de uma vala comum em Gaza”, informou o PRCS.

A gravação de 6 minutos e 43 segundos, publicada na rede social X, contradiz a versão de Tel Aviv, que defende “não ter atacado as ambulâncias aleatoriamente” e que os veículos estavam se movendo “sem luzes e sem sinais de emergência”.





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As Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês) alegou que havia “terroristas” nos carros e que mataram nove supostos militantes do grupo palestino Hamas.

O vídeo, porém, “revela claramente que as ambulâncias e os caminhões de bombeiros que transportavam os paramédicos e o pessoal da defesa civil estavam claramente identificados como profissionais humanitários e tinham suas luzes de emergência acesas quando foram injustificadamente atacados pelas forças israelenses”, afirmou a organização humanitária.

Ao publicar a gravação, o Crescente Vermelho Palestino afirmou expor “as mentiras da ocupação israelense”. “Este vídeo refuta inequivocamente as alegações da ocupação de que as forças israelenses não atacaram ambulâncias aleatoriamente e que alguns veículos se aproximaram “de forma suspeita, sem luzes ou marcações de emergência”.

“A filmagem expõe a verdade e desmantela essa falsa narrativa”, concluiu o PRCS. No fundo do vídeo, tiros podem ser ouvidos por cinco minutos, enquanto a imagem escurece.

Já o porta-voz do PRCS, Nebal Farsakh, declarou que os soldados israelenses “abriram fogo freneticamente e histericamente” contra os médicos, de acordo com a emissora Al Jazeera.

O jornal norte-americano The New York Times verificou as imagens e concluiu que elas foram registradas nas primeiras horas da manhã de 23 de março em Rafah, quando Israel ordenou a evacuação forçada do bairro de Tel al-Sultan, que logo depois foi bombardeado.

Defesa civil de Gaza

Segundo reportou a Al Jazeera, após a divulgação do vídeo a Defesa Civil da Faixa de Gaza acusou as IDF de “cometer um crime de guerra completo”.

Por meio do porta-voz Mahmoud Basal, a organização afirmou que “o vídeo fornece provas inegáveis ​​de que os paramédicos estavam operando em uma zona de não combate e eram claramente identificáveis ​​como socorristas”.

“A filmagem prova, sem sombra de dúvida, que as forças de ocupação israelenses têm sistematicamente e deliberadamente atacado paramédicos e trabalhadores humanitários”, disse ainda.

À emissora catari, outra fonte da Defesa Civil defendeu que Israel “deve ser responsabilizado por seus crimes”. “Exigimos a formação de um comitê internacional de investigação sobre os ataques contra paramédicos em Rafah pela ocupação”, defendeu.

Apesar dos ataques deliberados de Tel Aviv contra trabalhadores humanitários em Gaza, a organização ainda afirmou que seus socorristas continuarão a “desempenhar suas funções”.

PRCS/X
Defesa Civil de Gaza afirmou que seus socorristas continuarão a “desempenhar suas funções” apesar de Israel ter trabalhadores humanitários como alvo

Sequência do ataque

Após o ataque de Israel contra os paramédicos em 23 de março, o Crescente Vermelho mobilizou duas ambulâncias para procurar os feridos e, após perder contato com um deles, várias equipes de resgate foram enviadas, que também foram atacadas por várias horas, segundo a ONU.

Quatro dias após o ataque, os serviços de emergência não puderam acessar a área, mas conseguiram recuperar o corpo de um funcionário da Defesa Civil de Gaza, que estava no grupo das 15 vítimas.

Mais tarde, em uma nova busca, equipes de resgate desenterraram os outros 14 corpos de uma vala comum. Eles foram encontrados com as mãos amarradas e ferimentos de bala na cabeça e no peito, ou seja, com marcas de execução, segundo alegou a Defesa Civil.

As IDF admitiram na última quarta-feira (02/04) que cobriu os corpos dos 15 paramédicos e socorristas com “pano e terra”.

Após a publicação do vídeo que contradiz a narrativa de Israel sobre o caso, as IDF afirmaram que iniciarão uma “investigação completa” sobre o assassinato dos 15 paramédicos em Rafah, segundo a imprensa israelense.

“Todas as alegações, incluindo documentos publicados, serão examinadas cuidadosamente para entender como agir durante o incidente”, afirmou um relatório do exército veiculado pela Al Jazeera.

Hamas

Por sua vez, o Hamas condenou, também neste sábado (05/04) o ataque deliberado de Israel contra os médicos palestinos, alegando que este “é um crime de guerra total, premeditado e deliberado, demonstrando um completo desrespeito ao derramamento de sangue de pessoal médico e humanitário”.

“Essa evidência visual irrefutável destrói as mentiras fabricadas pela ocupação sobre ‘movimento suspeito’, provando o ataque sistemático a pessoal humanitário e constituindo um assassinato premeditado sob o direito internacional”, diz a declaração do grupo, citada pela Al Jazeera.

O grupo de resistência palestina também exigiu uma investigação internacional sobre o ocorrido e que os responsáveis ​​sejam levados a julgamento pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga crimes de guerra, contra a humanidade e genocídios.

Nesta instância, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recebeu um mandado de prisão pelos atos contra o povo palestino na Faixa de Gaza.

Também neste sábado (05/04), o Hamas divulgou um vídeo que mostra dois reféns israelenses sequestrados nos ataques de 7 de outubro de 2023.

Um deles, segundo o fórum das famílias dos raptados, é Maxim Herkin, que também tem cidadania russa e de quem não havia nenhum sinal de vida até agora. Ele foi sequestrado na rave Supernova, um dos principais alvos do Hamas, e tem uma filha criança.

A gravação mostra os dois reféns com a imagem borrada. A família de Herkin reconheceu a voz dele na gravação, mas o outro ainda não foi identificado.

O grupo mantém 59 reféns israelenses na Faixa de Gaza, porém as negociações para um novo cessar-fogo estão travadas desde que Israel rompeu a trégua no enclave, em 18 de março. Desde então, mais de mil palestinos já morreram em ataques no território.

(*) Com Ansa, TeleSUR e informações da Al Jazeera





Fonte: Opera Mundi

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