Presidente dos EUA defendeu deslocamento forçado dos palestinos durante 2ª visita do premiê israelense ao país desde janeiro
Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta segunda-feira (07/04) a Faixa de Gaza de “uma incrível e importante propriedade imobiliária” ao defender o deslocamento forçado dos palestinos.
Esta foi a segunda vez que Trump recebeu Netanyahu na Casa Branca desde o retorno do republicano ao governo dos Estados Unidos.
A fala de Trump reforça sua ideia de transformar o enclave em uma “Riviera do Oriente Médio“, já que, junto com o premiê israelense, defende a retirada dos palestinos de suas terras. O mandatário norte-americano chegou a afirmar que uma força de paz de Washington “controlando e possuindo” Gaza seria uma coisa positiva.
“Se você mover os palestino para diferentes países, você realmente tem uma ‘zona de liberdade’”, avaliou Trump, acrescentando que Gaza é um “ótimo local onde [atualmente] ninguém quer viver”.
Na conversa com a imprensa, o republicano falou sobre os reféns israelenses no enclave palestino, mencionando que garantir a libertação de todos eles vai ser um “longo processo”, mas que está se “esforçando muito”. Já Netanyahu declarou que seu país está trabalhando para chegar a um novo acordo sobre os reféns.
O encontro entre os dois foi destaque no jornal israelense Haaretz, que publicou na segunda uma análise destacando a viagem de Netanyahu como “um momento oportuno ao republicano”. Isso por que, para o jornalista Chaim Levinson, após o tarifaço de Trump e a consequente queda nas bolsas mundiais, não é Netanyahu quem precisa de Trump, mas o contrário.
“No meio de uma tempestade política e econômica de sua própria autoria, Trump precisa desesperadamente que os ‘chefes de Estado’ se voltem para ele para negociar um novo ‘acordo comercial’ para que ele possa alegar que sua estratégia está funcionando”, disse.
Trump recebeu Netanyahu pela segunda vez desde que voltou à Presidência dos EUA
Pacote de tarifas de Trump
Após Netanyahu assegurar que “eliminará” o déficit comercial com os EUA, Trump enfatizou que não cogita pausar as tarifas recíprocas anunciadas nos últimos dias contra diversos países.
“Bem, não estamos olhando para isso. Temos muitos, muitos países que estão vindo para negociar acordos conosco, e eles serão acordos justos. Pode haver tarifas permanentes e também negociações, porque há coisas que precisamos além das tarifas”, avaliou.
O presidente acrescentou que conversará em breve com seu homólogo chinês, Xi Jinping, com quem tem um “ótimo relacionamento”. Vale recordar que Trump ameaçou taxar o gigante asiático em mais 50% se o país mantiver a imposição de tarifas de 34%.
(*) Com Ansa.
Fonte: Opera Mundi