quarta-feira, abril 23, 2025

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Israel transformou Gaza em ‘campo de extermínio’, diz ONU


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, acusou Israel nesta terça-feira (08/04) de ter transformado a Faixa de Gaza em um “campo de extermínio”. Após o fim da trégua de dois meses em 18 março, cerca de 1,4 mil palestinos morreram em ataques israelenses.

“O atual percurso é um beco sem saída, totalmente intolerável aos olhos do direito internacional e da história”, disse Guterres, acrescentando que “o risco que a Cisjordânia ocupada se transforme em uma outra Gaza deixa a situação ainda pior”.

O representante da ONU voltou a pedir pelo encerramento da guerra na região. “É tempo de colocar fim à desumanização, proteger civis, liberar os reféns, garantir ajuda humanitária e renovar o cessar-fogo”, reforçou Guterres.





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Na última segunda-feira (07/04), ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretende transformar Gaza em “uma incrível e importante propriedade imobiliária” após remover a população local, declarou que o confronto no enclave “acabará em um futuro não muito distante”.

Crescente Vermelho pede investigação sobre paramédicos

Em nova declaração, também na última segunda-feira (07/04), o Crescente Vermelho Palestino (PCRS) denunciou um “crime de guerra completo” cometido por Israel contra os paramédicos de sua organização, da ONU e da Defesa Civil de Gaza, em 23 de março.

Segundo a organização humanitária, o ataque também “reflete um padrão perigoso de violações repetidas do Direito Internacional Humanitário”.

Nomeando oito membros do Crescente Vermelho Palestino que foram mortos a tiros em Rafah: Mustafa Khafaja, Izz al-Din Sha’at, Saleh Ma’mar, Rifaat Ridwan, Muhammad Bahloul, Ashraf Abu Labda, Muhammad Al-Hila e Raed Al-Sharif, a organização lembra que o destino do paramédico Asaad Al-Nassasra “permanece desconhecido até agora”. “Exigimos que as autoridades de ocupação [Israel] revelem imediatamente seu paradeiro”.

O documento ressalta o vídeo que detalha o ataque israelense, publicado no último sábado (05/04). A gravação de 6 minutos e 43 segundos foi feita por um dos paramédicos mortos por Israel e concedido ao PCRS pela família da vítima.

Após fim da trégua de dois meses em 18 março, cerca de 1,4 mil palestinos morreram em ataques israelenses
UNRWA/X

“As imagens no vídeo documentado pelo colega paramédico mártir Rifaat Ridwan mostram [que] apesar da clara identificação dos veículos e das equipes, a comitiva foi atingida por uma chuva de balas por cerca de cinco minutos. No entanto, as chamadas registradas entre a equipe e o centro de comunicação provam que os disparos continuaram por pelo menos duas horas, com tiroteio ininterrupto até que a comunicação com um dos membros da equipe fosse cortada definitivamente”, revelou a entidade.

O Crescente Palestino instou que esse ataque “não foi aleatório ou um erro isolado”, mas sim “uma série de ataques intencionais”. “Começando com o tiroteio contra uma ambulância a caminho de resgatar feridos de um bombardeio em Al-Hashashin; seguido pelo ataque direto à comitiva de ambulâncias do Crescente Vermelho e da Defesa Civil, apesar de seguirem todos os protocolos de segurança; e, por fim, o ataque a uma quarta ambulância que tentava apoiar a equipe”, relata.

Em mais um argumento contra Tel Aviv, o PRCS afirma que a área onde os paramédicos foram atacados “não estava classificada como zona vermelha no momento da resposta, o que significa que não havia necessidade de coordenação prévia para entrada”.

“Veículos de ocupação não estavam presentes no local, como comprova o vídeo, que mostra a equipe circulando pela mesma rua por cerca de 15 minutos antes do ataque. Além disso, após o ataque à comitiva, uma viatura civil e um carro da UNRWA passaram pelo local cerca de uma hora depois, confirmando que a área não era uma zona de operações militares naquele momento”.

Falando sobre o estado em que os corpos dos paramédicos foram encontrados em 30 de março, o PRCS classifica o empilhamento em vala comum como “brutal e aviltante à dignidade humana”.

Ao pedir uma investigação internacional independente sobre o ataque, a entidade advertiu que “o silêncio internacional diante de ataques a agentes humanitários não só assina sentenças de morte para palestinos em Gaza, mas ameaça globalmente a ação humanitária”.

A revelação do vídeo com detalhes do ataque israelense contradiz a versão inicial de Tel Aviv, que defende “não ter atacado as ambulâncias aleatoriamente” e que os veículos estavam se movendo “sem luzes e sem sinais de emergência”.

Contudo, após a revelação da prova, o Exército de Israel (IDF) mudou sua narrativa e disse que seu relato anterior estava “equivocado”. No último domingo (06/04), o tenente-coronel israelense Nadav Shoshani disse que “pelo menos seis dos médicos estavam ligados ao Hamas”, mas não apresentou evidências. Já na segunda-feira (07/04), a autoridade declarou que o ataque ocorreu porque as forças israelenses “se sentiram ameaçadas”

Em meio às declarações, a IDF anunciou que iniciará uma “investigação completa” sobre o assassinato dos 15 paramédicos. “Todas as alegações, incluindo documentos publicados, serão examinadas cuidadosamente para entender como agir durante o incidente”, afirmou um relatório do exército veiculado pela Al Jazeera.

(*) Com Ansa, informações da Al Jazeera e do Guardian





Fonte: Opera Mundi

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