A forma de se fazer segurança pública no Brasil deve ser alterada na Constituição Federal se a nova PEC da Segurança for aprovada. O texto foi apresentado à Câmara dos Deputados na terça-feira (8), com mudanças em pelo menos cinco artigos. A aprovação depende de, no mínimo, 308 votos por rodada de votação para, depois, ir para análise do Senado. As informações são do g1.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
As principais mudanças propostas pela PEC da Segurança são em relação ao estabelecimento de diretrizes de atuação das forças de segurança no país e na política nacional de segurança pela União, com o objetivo de padronizar e integrar as polícias e guardas municipais. Além disso, ela amplia o escopo de atuação da Polícia Federal. Com as mudanças, a PF poderá investigar milícias e crimes ambientais, mesmo que não haja federalização dos casos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também passará por mudanças se a PEC for aprovada. Com um novo nome — Polícia Viária Federal —, os agentes poderiam patrulhar ferrovias, hidrovias e rodovias. Hoje, realiza apenas o patrulhamento ostensivo das rodovias federais, sendo de responsabilidade da Polícia Ferroviária Federal as ações nas ferrovias.
Desde o início das conversas sobre o tema, já foram feitas alterações no texto, principalmente pelo ministro Ricardo Lewandowiski. As guardas municipais, segundo a proposta, fariam parte do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e poderiam fazer o policiamento ostensivo e comunitário, com prisões em flagrante.
Continua depois da publicidade
Um dos principais pontos de oposição da PEC é a ideia de que as novas propostas mexeriam nas prerrogativas do estados em relação à segurança pública. Porém, um dos trechos alterados foram aqueles que poderiam ser interpretados de forma que a autonomia dos governadores na gestão das polícias civil e militar fosse reduzida.
O Governo Federal, atualmente, é responsável pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal e pela Polícia Penal Federal. Já os Governos Estaduais respondem pela Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal Estadual.
Já os municípios poderiam criar as Guardas Municipais para proteger “seus bens, serviços e instalações”. Porém, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) já garante que as ações de segurança urbana ostensivas podem ser realizadas pelas guardas. A PEC serviria para oficializar o entendimento na Constituição.
Hoje, a Polícia Federal faz o papel de investigar crimes federais que atingem a União ou passam das fronteiras dos estados ou do próprio país. O tráfico de drogas e o contrabando, assim como a atuação nos mares, portos e fronteiras, também são de responsabilidade da PF.
Continua depois da publicidade
A Polícia Penal Federal também atua na segurança de presídio federais, enquanto a Polícia Penal Estadual assegura a segurança em presídios estaduais. Já a Polícia Civil investiga crimes nos estados, com exceção de crimes que são de competência da PF e a Polícia Militar atua na ordem pública, com prisões e repressão a crimes.
Força Nacional de Segurança Pública
Bombeiros, policiais civis, militares e peritos compõem a chamada Força Nacional de Segurança, que atua em qualquer área para manter a ordem pública, principalmente em emergências, em solicitações feitas por governadores.
Quem financia a segurança pública no Brasil é Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). Com o fundo, é possível fazer transferências consideradas obrigatórias de recursos entre União e estados, com a formação de convênios. Na nova PEC, o fundo vai ser oficializado.
Leia também
Florianópolis tem segundo maior aumento na cesta básica entre as capitais, aponta Dieese
Mudança na idade de aposentadoria dos servidores de Florianópolis é aprovada na Câmara
Fonte: NSC