quarta-feira, abril 23, 2025

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Após uma década, Israel liberta palestino Ahmad Manasra


O Exército de Israel libertou nesta quinta-feira (10/04) o palestino Ahmad Manasra, de 23 anos, que ficou 10 anos encarcerado na prisão de Nafha, no sul de país, e desenvolveu esquizofrenia. De acordo com a Sociedade de Prisioneiros Palestinos, o jovem foi submetido a várias formas de tortura física e psicológica desde sua prisão, aos 13 anos.

Segundo uma fonte ouvida pela emissora catari Al Jazeera, Ahmad foi solto longe da prisão, enquanto sua família o aguardava no portão principal do local. Um beduíno residente na área de Beersheba, então, o teria reconhecido e entrado em contato com seus parentes.

Ahmad, que foi inicialmente condenado a 12 anos de prisão e teve sua pena reduzida para nove, foi preso por estar com seu primo Hassan Manasra, que supostamente havia esfaqueado dois colonos israelenses perto do assentamento ilegal de Pisgat Ze’ev, em Jerusalém Oriental ocupada.





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Na época, Hassan tinha 15 anos de idade e foi morto a tiros por um civil israelense. Por outro lado, embora não tivesse participado do ataque, Ahmad foi espancado por uma multidão e atropelado por um motorista, sofrendo fraturas no crânio e hemorragia interna. Posteriormente, os tribunais locais condenaram o jovem por acusações de tentativa de homicídio. 

Na ocasião, o pai de Ahmad , Saleh Manasra, relatou à Al Jazeera que “não houve nenhum tipo de justiça no tratamento do caso pelo tribunal”, acrescentando ter sido “uma decisão injusta”.

De acordo com o advogado de Ahmad, Khaled Zabarqa, o confinamento solitário agravou a condição de saúde mental do jovem. Em dezembro de 2021, um médico psiquiatra da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi autorizado a visitar o palestino pela primeira vez desde sua prisão e emitiu um relatório afirmando que Ahmed sofria de esquizofrenia.

Israeli Government Press Office/Gerry Images
O palestino Ahmad Manasra ficou internado após um israelense bater seu carro contra ele

Outro brasileiro-palestino preso em Israel

A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) publicou um comunicado na terça-feira (08/04) revelando que um outro adolescente brasileiro de 17 anos está detido na prisão israelense de Ofer, no oeste de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Trata-se de Salah Al-Din Yasser Hamad, que foi preso em 18 de novembro passado no mesmo local onde seu primo Walid Ahmad, também de 17 anos, morreu após maus-tratos e desnutrição.

Salah foi preso sem julgamento e enfrenta 21 acusações, entre elas as de ter fabricado armas caseiras, coquetéis molotov, de jogar pedras em soldados e planejar ataques aos “colonos”.

Segundo a FEPAL, o jovem “chorou muito” quando soube da morte de Walid. 

“Salah é um brasileiro e menor de idade, além de ser inocente. O governo brasileiro precisa pressionar para que ele não seja maltratado e não sofra o mesmo destino que Walid”, implorou a mãe do adolescente brasileiro, Nadia Yasser Hamad.

Já o seu pai, Yasser Salah Hamad, reiterou à FEPAL que não existiam motivos para prenderem os dois garotos. 

“Não havia nenhuma perturbação por parte da população local há dois anos. Os meninos não participavam de nenhuma manifestação, não atiravam pedras em ninguém. Sabiam que a repressão havia aumentado e qualquer coisa seria usada como desculpa para prendê-los”, comentou.

De acordo com um levantamento divulgado pela Al Jazeera nesta quinta-feira, no início de abril, mais de 9.900 palestinos estavam detidos em prisões israelenses, sendo pelo menos 400 crianças e 27 mulheres.

O veículo relatou que outros 3.498 palestinos, incluindo mais de 100 crianças, foram presos em “detenção administrativa”, ou seja, sem acusação ou julgamento.

Desde 7 de outubro de 2023, o governo de Israel realizou cerca de 16.400 prisões na Cisjordânia ocupada. Só no mês passado, três palestinos morreram em prisões israelenses, elevando o número total de mortes para 63 desde o início do genocídio na Faixa de Gaza.

(*) Com Brasil de Fato



Fonte: Opera Mundi

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