Começaram a valer nesta quinta-feira (10/04) as tarifas da China de 84% sobre produtos dos Estados Unidos. O governo chinês também colocará 18 empresas norte-americanas, entre elas a Amazon, em listas de restrições comerciais.
A medida ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma taxa de 104% sobre os produtos chineses. A imposição contra o país permanece após o recuo do republicano em guerra tarifária, com uma pausa de 90 dias e a cobrança de uma taxa base de 10% após este prazo sobre os demais países.
Antes de anunciar a taxação dos 84%, Pequim divulgou um documento, respondendo as acusações de Washington e acenando por negociações mais justas.
Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que “a causa dos EUA não tem o apoio do povo e terminará em fracasso”. Ele reiterou que o país não está interessado em briga, mas que a China não temerá se os Estados Unidos continuarem com suas ameaças tarifárias.
O governo chinês também emitiu um alerta sobre viagens aos Estados Unidos. O comunicado menciona a “deterioração das relações econômicas e comerciais” entre os dois países e aconselha os turistas chineses a avaliarem os riscos de uma viagem ao país.
Aos estudantes, o Ministério da Educação pediu que “façam avaliações de risco de segurança ao escolherem estudar em estados relevantes nos EUA em um futuro próximo”.
‘Nunca nos renderemos’
Autor desconhecido/Wikipedia
Em meio à guerra comercial, o porta-voz da Embaixada da China nos EUA, Liu Pengyu, publicou na plataforma X (antigo Twitter) um vídeo de arquivo do líder revolucionário Mao Tsé-Tung, durante o seu discurso, em 7 de fevereiro de 1953, na 4ª Sessão do 1º Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
“Quanto a quanto tempo essa guerra vai durar, não cabe a nós decidir. Depende do presidente Truman e dependerá do presidente Eisenhower, ou de quem quer que se torne o próximo presidente dos Estados Unidos. Depende deles. Não importa quanto tempo dure essa guerra, nunca nos renderemos. Vamos lutar até triunfarmos completamente”, afirmava o líder chinês, na época.
A mensagem foi postada em resposta à taxação de 125% anunciada por Trump contra o país, e justificada por ele como uma represália à “falta de respeito que [Pequim] demonstrou em relação aos mercados mundiais”.
Passo atrás
Na segunda-feira (07/04), a embaixada chinesa em Washington havia publicado outro vídeo de arquivo, de 1987, em que o ex-presidente Ronald Reagan criticava a imposição de tarifas sobre as importações.
Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos sinalizou uma possível trégua. “Vamos fazer um bom acordo com a China, tenho certeza”, afirmou, ao afastar a possibilidade de uma guerra militar, “eu não deixaria o conflito escalar além do lado comercial”.
Trump também elogiou o presidente chinês, “Xi Jinping é uma das pessoas mais inteligentes do mundo”. E disse que se encontraria “normalmente” com ele. “Gosto muito dele, o respeito muito”, acrescentou.
Com RT e Ansa.
Fonte: Opera Mundi