Em sua coletiva de imprensa matinal, realizada nesta quarta-feira (16/04), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, reafirmou a posição do país de não reconhecer a vitória eleitoral de Daniel Noboa no Equador.
Segundo a líder mexicana, essa posição será mantida enquanto não forem investigadas as denúncias de irregularidades apresentadas pela candidata opositora Luisa González, do partido de esquerda Revolução Cidadã.
Na declaração desta quarta, porém, Sheinbaum foi além do expressado anteriormente, e disse considerar que os indícios de fraude que ela recebeu nos últimos dias a fizeram considerar que os resultados apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) são “altamente duvidosa”.
Invasão da Embaixada
A mandatária mexicana também lembrou que Noboa foi “o responsável pela invasão da Embaixada do México, da nossa soberania” e foi contundente ao afirmar que “as relações não serão retomadas”.
“Não há condições para que isso aconteça e, para começar, eles têm uma pessoa presa que estava dentro da nossa Embaixada”, acrescentou Sheinbaum.
A declaração da mandatária faz referência ao caso ocorrido em abril de 2024, quando policiais equatorianos invadiram a sede diplomática mexicana para capturar Jorge Glas, ex-vice-presidente equatoriano entre 2013 e 2017 (durante o segundo mandato de Rafael Correa), que havia recebido asilo político do governo mexicano.
Presidência do México
O político equatoriano esteve refugiado na Embaixada mexicana em Quito de dezembro de 2023 até o citado episódio, por decisão do então presidente desse país, Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), antecessor de Sheinbaum.
Desde a invasão da sede diplomática, os governos do México e do Equador mantêm suas relações cortadas.
Concordância com Gustavo Petro
Em outro momento da coletiva, Sheinbaum mencionou as declarações recentes do presidente colombiano Gustavo Petro nas redes sociais, nas quais ele afirma não poder reconhecer o processo eleitoral equatoriano, argumentando que “não há eleições livres em estado de sítio”.
O comentário de Petro faz referência ao decreto que Noboa impôs no Equador no último sábado (12/04), horas antes da jornada eleitoral do segundo turno.
Segundo Sheinbaum, “o México compartilha esse receio, não podemos considerar que as pessoas puderam votar livremente no Equador sob essas condições”.
Com informações de La Jornada e TeleSur.
Fonte: Opera Mundi