Por Rafael Medeiros
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O termo “totalitarismo” não surgiu do vácuo. Foi cuidadosamente cunhado e cultivado, financiado e disseminado como parte de uma guerra ideológica contra movimentos revolucionários e experiências socialistas, em especial a União Soviética. Hannah Arendt, frequentemente celebrada como uma pensadora “independente”, facilmente vista em fotografias de prateleiras de bibliotecas de liberais como o jornalista Reinaldo de Azevedo, teve suas obras amplamente difundidas e patrocinadas por instituições ligadas à CIA durante a Guerra Fria. George Orwell, por sua vez, tornou-se um ícone literário do anticomunismo, também facilmente reivindicado na ponta da língua por liberais como: KIM Kataguiri e a turma olavista do Brasil Paralelo. (E vou ter que repetir: a nossa esquerda também). Com obras como A Revolução dos Bichos (1945) e 1984 (1949) sendo massivamente distribuídas como propaganda antissocialista e que ao mesmo tempo para agradar uma “certa esquerda” se auto reivindicou “socialista democrático”.
Mas qual é o verdadeiro objetivo por trás dessa construção teórica? Por que o “totalitarismo” é sempre associado ao socialismo, enquanto os horrores do capitalismo — colonialismo, fascismo, imperialismo — são minimizados ou justificados? A resposta está na necessidade histórica da burguesia em criminalizar qualquer alternativa ao seu domínio.
1. Hannah Arendt e a CIA: A Fabricação de um Inimigo
Hannah Arendt, em As Origens do Totalitarismo (1951), consolidou a ideia de que nazismo e stalinismo eram faces da mesma moeda. No entanto, sua obra foi amplamente promovida pelo Congresso pela Liberdade Cultural (CLC), uma organização financiada pela CIA para combater a influência intelectual da esquerda.
Dados científicos e históricos comprovam:
– Documentos desclassificados (como os Archives of the CIA) revelam que o CLC pagou traduções, conferências e distribuições de obras anticomunistas.
– Arendt recebeu apoio de fundações como a Ford e a Rockefeller, ambas vinculadas a interesses imperialistas.
– Seu discurso contra o Black Power e movimentos de libertação negra (como em Sobre a Violência, 1970) alinhava-se perfeitamente com a repressão estatal dos EUA contra ativistas como Malcolm X e os Panteras Negras.
Ironia cruel:
Enquanto Arendt falava em “totalitarismo”, seu próprio trabalho servia a um Estado que invadia países, derrubava governos e financiava ditaduras na América Latina.
2. George Orwell: O Soldado Literário do Anticomunismo
Orwell, um ex-socialista desiludido, tornou-se um dos maiores propagandistas do anticomunismo. Suas obras foram amplamente distribuídas pela IRD (Departamento de Pesquisa de Informação do Reino Unido), órgão de propaganda britânico.
Contradições explícitas:
– A Revolução dos Bichos foi uma alegoria direta contra a URSS, mas Orwell omitiu que:
– A União Soviética foi o país que derrotou o nazismo (80% das baixas alemãs foram no front oriental).
– O “socialismo autoritário” que ele criticava era o mesmo que industrializou um país feudal em décadas, garantindo educação, saúde e moradia para milhões.
– 1984 descreve um regime de vigilância extrema, mas Orwell trabalhava para a inteligência britânica (lista de “comunistas” que ele entregou ao governo).
Comparação irônica:
– Nos EUA e Reino Unido, a espionagem em massa (PRISM, NSA) existe de fato, mas ninguém chama isso de “totalitarismo”.
– A perseguição a comunistas (Macarthismo) foi real, mas Orwell nunca escreveu uma distopia sobre isso.
3. A Hipocrisia do “Totalitarismo”: Quando o Capitalismo É o Maior Inimigo da Liberdade
O capitalismo fabrica inimigos para justificar sua própria violência:
– Guerras por petróleo são “missões de liberdade”.
– Sanções que matam milhões (como no Iraque, Venezuela, Cuba) são “defesa da democracia”.
– Repressão policial contra protestos (EUA, França, Chile) é “lei e ordem”.
Dados científicos:
– Um estudo da Universidade de Harvard (2019) mostrou que sanções dos EUA mataram mais de 40.000 venezuelanos por falta de medicamentos.
– O The Lancet estimou que a guerra no Iraque causou mais de 1 milhão de mortes.
– O capitalismo gera 10 milhões de mortes por ano por fome e falta de acesso à saúde (ONU, 2021).
Onde está o “totalitarismo” nisso?
A Rebelião Contra a Máquina de Mentiras
Hannah Arendt e George Orwell foram peças de um jogo muito maior: a criminalização do socialismo para justificar a dominação capitalista. Seus livros não são “alertas contra a tirania”, mas armas ideológicas para evitar que o povo perceba quem é o verdadeiro tirano.
Enquanto os think tanks financiam novos “Orwells” para escreverem distopias contra a China ou Cuba, os trabalhadores são esmagados pelo neoliberalismo. Mas a história mostra: nenhuma propaganda é eterna.
Israel genocida e seus campos de concentração e sequestros de palestinos é totalitário, Trump genocida é totalitário, perdendo a mão e o controle em um país que está prestes a explodir em caos social com protestos por todos os estados que os autores supra citados tentaram apagar com suas ficções encomendas por estados REALMENTE totalitários.
De fato, ter que dizer que na Coreia Popular, na China Popular não tem moradores de rua, analfabetismo e fome, assim como a saúde e a educação em Cuba e na maioria deles sob o julgo ferrenho dos embargos econômicos, seria difícil para tais autores escrever uma lauda se quer de elogios as teorias de Marx que pelas mãos de Lenin, Trostsky, Stálin, Mao e tantos outros provaram e provam até hoje que totalitarismo é obra histórica material e dialética e também cláusula pétrea do manual estatutário do CAPITALISMO.
Chegará o dia em que os Mussolines do capitalismo serão pendurados de cabeça para baixo. E dessa vez, não haverá CIA para reescrever a história.
Rafael Medeiros
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