segunda-feira, abril 28, 2025

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BNDES empresta R$ 15 bilhões para SC em 2024 e prevê R$ 20 bi ao Fundo Clima


Em reunião nesta terça-feira com industriais na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luis Gordon, falou sobre como acessar linhas de crédito da instituição. Segundo ele, Santa Catarina se destacou em 2024 ao somar R$ 15,2 bilhões em empréstimos do BNDES, 38,9% mais do que no ano anterior.  

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Ele destacou a atenção do governo federal sobre o desafio da preservação do clima, ao informar que o Fundo Clima deverá ter este ano cerca de R$ 20 bilhões para financiar a descarbonização, o dobro do ano passado, quando ficou em R$ 10 bilhões.

Do total de recursos liberados para SC em 2024, foram R$ 4,3 bilhões para a indústria, R$ 4,9 bilhões para infraestrutura, R$ 3,7 bilhões para a agropecuária e R$ 2,3 bilhões para comércio e serviços. Do total liberado, R$ 8,4 bilhões foram para micro, pequenas e médias empresas, 42,5% mais frente a 2023.

O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, acompanhado da diretoria e industriais, recebeu o diretor do BNDES. O industrial ressaltou que o contato direto com executivos da instituição contribui para a aproximação com as indústrias e facilita o acesso a linhas de crédito.

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– Para o industrial é importante conhecer as possibilidades de captar recursos para desenvolver seus negócios e expandir. Encontros como este na Fiesc, abrem portas para novos projetos – disse o presidente da Fiesc.

Antes do encontro com os industriais, o diretor do BNDES, José Luis Gordon, concedeu uma entrevista exclusiva para a coluna, na qual detalhou mais sobre as linhas de crédito oferecidas e seus respectivos custos, além de como acessá-las. Também falou sobre a atenção importância que o governo federal dá para o setor industrial. Leia a seguir:

Como foi a procura por crédito do BNDES por Santa Catarina e quanto o banco emprestou para o estado?

– O BNDES tem como característica ser uma instituição que apoia todos os estados e todas as empresas do país e trabalha sob demanda. Então, as demandas que a gente tiver, nós vamos apoiar.

Especificamente para o estado de Santa Catarina, em 2023 e 2024, foram emprestados mais ou menos R$ 26,2 bilhões de reais. Seu eu pegar o ano de 2024 especificamente, foram R$ 15,2 bilhões, que é o recorde da história do BNDES no apoio ao estado de Santa Catarina.

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Nesse apoio inclui infraestrutura (também ao setor público), agropecuária, indústria e comércio. Esse montante de R$ 26,2 bilhões é maior que o total liberado nos quatro anos anteriores ao mandato do presidente Lula (Na gestão do presidente Jair Bolsonaro foram liberados cerca de R$ 25 bilhões para SC).

Quanto foi liberado para empréstimos com base na nova política industrial do país?

– Se eu pegar especificamente o setor industrial nessa agenda, ela apoia o setor industrial no âmbito da Nova Indústria Brasil, que é a política industrial do governo do presidente Lula. A nova política industrial tem sido um grande mecanismo de apoio à indústria brasileira, tentando fazer com que a indústria possa investir em quatro eixos estratégicos que são:  inovação, descarbonização da indústria (uma agenda verde), mais exportações e aumento da produtividade.

Com base nesses quatro eixos, nos dois primeiros anos do governo Lula até fevereiro deste ano, o BNDES apoiou a indústria do país como um todo com a liberação de R$ 193 bilhões.

Então, é muito recurso para a indústria brasileira. Para Santa Catarina, nós dobramos a liberação de crédito para a indústria em 2024 frente a 2023, chegando a R$ 4,3 bilhões. Também estamos apoiando mais as atividades de inovação e exportação.

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No caso de exportações, o BNDES liberou R$ 2,5 bilhões nos anos de 2023 e 2024 para indústrias de SC. Isso é mais do que os 9 anos anteriores somados. O estado tem, também, uma indústria que investe em inovação. Por isso, assinamos contratos para financiar inovação da WEG, Tupy e Intelbras.

O senhor pode explicar como funciona essa linha Mais Inovação?

– O governo criou uma linha diferenciada para a inovação no âmbito do BNDES, que é a linha mais barata para apoio a qualquer projeto, chamada TR (taxa referencial), que hoje está em torno de 1,1% ao ano mais o spread. O valor que temos para apoiar esses projetos torno de 5, 6 bilhões ao ano para apoiar.

É a linha mais acessível do mercado. Por quê? Porque inovação tem risco. Você não sabe se tem o risco técnico, você não sabe se o projeto vai dar certo, depois tem o risco comercial, você não sabe se ele vai para o mercado. Então, tem uma série de riscos, por isso é mais acessível.

O governo presidente Dilma incluiu inovação como prioridade de política pública. E no país como um todo, o BNDES em 2024 bateu o recorde de apoio à inovação. Liberou mais de R$ 13 bilhões de reais.

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O setor industrial tem inovado. Entre os setores que mais têm investido estão os de fármacos, o setor automotivo tem investido também em inovação. Temos muitos projetos com inteligência artificial. Então, tem crescido muito o apoio a essa agenda industrial de inovação no banco e as indústrias têm vindo buscar recursos, incluindo as catarinenses.

Qual é o prazo que as empresas têm para pagar esse crédito?

– Isso varia de empresa para empresa. Mas, normalmente, a média é de um a dois anos de carência e pode chegar até 15 anos ou 16 anos para pagar. Depende de cada empresa.

A empresa pode usar para pesquisa e desenvolvimento (P&D). Também pode usar essa linha para o que a gente chama de planta pioneira. Se não tem uma planta no país para produzir um determinado medicamento ou para produzir uma bateria, você pode usar essa linha, por exemplo.

Muitas empresas estão usando para digitalização, para digitalizar o parque fabril, dentro da agenda da indústria 4.0. Outra linha estratégica é a linha verde, de descarbonização, pelo Fundo Clima.

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O que está previsto para essa linha pelo Fundo Clima?

– Esse Fundo Clima, antes da gestão do presidente Lula, era um fundo de R$ 300 milhões, R$ 400 milhões. No ano passado, ele foi um fundo de 10 bilhões de reais. E esse para este ano deve aumentar. Nós estamos tentando ver se ele chega perto de R$ 20 bilhões. São recursos para investir a uma taxa de 6,5 ao ano. É um recurso super atraente para descarbonizar.

O número de projetos tem crescido muito na área industrial. Projetos de biocombustível, projetos ligados a biometano, motores que usam etanol. Tem vindo uma agenda bem interessante.

Como está a oferta de crédito para exportação?

– A agenda de exportação tem crescido. O que a gente fez na agenda de exportação? Nós reduzimos o spread do banco, o custo do dinheiro para as empesas. Por exemplo, para as pequenas empresas, reduzimos em 60% o spread. E para as médias grandes, em torno de 20% ou um pouco mais.

Reduzimos o spread do BNDES para estimular elas a exportarem, para diminuir custos, para ganhar competitividade. A economia brasileira deve significar 1,5%, 2% da economia mundial.  O restante está lá fora.

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Então, as empresas brasileiras precisam exportar, precisam ganhar mercado. Nós queremos estimular isso. É uma prioridade da política industrial, é isso que a gente tem feito, apoiado o setor industrial cada vez mais.

Nós apoiamos com quase R$ 15 bilhões pelo plano Mais Produção, que é o braço financeiro da Nova Indústria Brasil. Serão R$ 500 bilhões até 2026.

Esses recursos são distribuídos no mercado com empréstimos por vários bancos?

– Sim! Inclui vários bancos: BNDES, Caixa, Banco do Brasil, Finep e outros. Só o BNDES é responsável por R$ 259 bilhões desse total.  Nós já aplicamos R$ 193 bilhões, que é 75% da nossa meta em quatro anos. Então, nós estamos acelerados.

Vai faltar dinheiro para fazer financiamento?

– Acho que não vai faltar dinheiro, não. Acho que a gente vai conseguir cumprir a meta e ir além da meta. Estamos trabalhando fortemente para apoiar uma indústria mais competitiva. É fundamental. A indústria gera emprego, emprego de qualidade, emprego mais estável, rendas melhores.

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O Brasil é importante, tem o agro importante. Mas o agro não vive sem fertilizantes, sem máquinas e equipamentos, sem conectividade, que leva tudo isso à indústria. O setor de serviços, aquele mais complexo, que paga  melhor, é o ligado à indústria.

Então, a indústria é muito importante. Ela está no centro da agenda de desenvolvimento da política do governo federal. Essa é uma agenda estratégica. Eu acho que Santa Catarina, por ser um estado em que 28% do PIB vem da industrial, é um destino certo para a gente apoiar.

É isso que a gente veio fazer aqui hoje na Fiesc: conversar mais, estar mais próximo do setor empresarial, escutar eles, apresentar as linhas do BNDES. Várias indústrias já recebem apoio do banco, mas a gente quer apoiar ainda mais.

O BNDES atende diretamente grandes empresas e tem 80 bancos credenciados. São bancos privados, bancos públicos e agências de fomento como o Badesc (em SC), que também operam linhas oferecidas pelo BNDES.

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Fonte: NSC

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