terça-feira, abril 22, 2025

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Bobi Wine voltará a concorrer nas eleições de Uganda em 2026


O músico e líder da oposição de Uganda, Bobi Wine, anunciou que disputará novamente à Presidência do país em janeiro de 2026, enfrentando o autoritário Yoweri Museveni, no poder desde 1986. Em entrevista exclusiva ao The Guardian, publicada na sexta-feira (11/04), Wine, que integra a Plataforma de Unidade Nacional (NUP, na sigla em inglês), declarou que, apesar de prisões e ataques, sentiu “não ter escolha a não ser tentar promover a esperança de mudança” no país.

“Não podemos simplesmente dar a eleição ao general Museveni”, afirmou o líder do NUP ao veículo britânico. 

Segundo Wine, as eleições que serão realizadas no próximo ano, nas quais Museveni disputará pelo seu sétimo mandato, serão “sangrentas”. Entretanto, afirmou confiar no apoio dos jovens ugandenses, com menos de 35 anos, que compõem 80% da população nacional.





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O jornal lembra que a campanha eleitoral de 2021 na Uganda foi marcada por fraudes e repressão, com observadores internacionais classificando o pleito como “fundamentalmente falho”. Na época, o atual mandatário foi reeleito com 58,64% dos votos, enquanto Wine conseguiu angariar 34,83% dos votos. Em seguida, o músico alegou fraude generalizada na votação e rejeitou o resultado eleitoral, entretanto, acabou sofrendo ataques e ameaças de morte.

“Já vemos sinais de que será mais brutal. No mês passado, tivemos uma eleição suplementar e um dos meus parlamentares morreu. Morreu após ser torturado pelo regime. Os jornalistas foram muito espancados e os observadores da embaixada dos Estados Unidos tiveram que deixar o campo”, relatou ao The Guardian

Sumy Sadruni/AFP/Getty Images
O músico e líder da oposição de Uganda, Bobi Wine, anunciou que disputará novamente à Presidência em janeiro de 2026, enfrentando o autoritário Yoweri Museveni, no poder desde 1986

O jornal britânico também mencionou que entre os principais adversários políticos do partido NUP está o filho de Museveni, Muhoozi Kainerugaba, de 50 anos, que foi nomeado chefe da Defesa por seu pai. Muhoozi é também presidente da Liga Patriótica de Uganda que, de acordo com o veículo, “faz lobby pesado para que ele suceda à Presidência”

“Estou convencido de que, se o mundo se mantiver firme conosco, 2026 pode ser um ponto de virada. Se os líderes mundiais não ficarem do lado da opressão, mas ajudarem”, afirmou Wine.

Durante a entrevista, o líder do NUP também criticou a comunidade internacional por priorizar “diplomacia sobre democracia” e “negócios sobre direitos humanos”, citando, em especial, o corte de ajuda dos EUA e o envio de armas norte-americanas ao país.

“Sempre pedimos sanções direcionadas aos que estão no regime e pedimos aos EUA que não enviem o dinheiro de seus contribuintes para ser gasto em coisas que podem ser usadas contra nosso povo. As armas que matam nosso povo são armas norte-americanas. Os soldados que torturam nosso povo são treinados na América”, disse. “Portanto, queremos que os EUA e outras potências mundiais não sejam parceiros no crime, mas que chamem o general Museveni pela ausência de direitos humanos”.



Fonte: Opera Mundi

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