quarta-feira, abril 23, 2025

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Bolsas voltam a cair com novas taxas e anúncio de 104% sobre os produtos chineses


Nesta quarta-feira (09/04), entraram em vigor as novas tarifas anunciadas por Donald Trump para os países que sofreram acréscimos acima dos 10% em suas exportações. As novas tarifas afetarão 57 países, incluindo as taxas de 20% para a UE, 26% para a Índia e 49% para o Camboja.

Frente às novas taxas, os mercados de ações europeus e asiáticos despencaram novamente, sobretudo, após o anúncio de Washington de cobrar 104% sobre os produtos chineses.

O mercado de ações na China, no entanto, manteve-se forte. Suas ações subiram mostrando resiliência à tempestade. O índice composto SSE em Xangai encerrou o dia com alta de 1,1%, enquanto o composto Shenzhen SE subiu 2,2%.

O governo chinês divulgou hoje um relatório afirmando que as ações de Trump “acabarão saindo pela culatra e farão dos EUA vítimas de seus próprios delitos”.

Inicialmente, Trump havia anunciado uma tarifa adicional de 34% sobre produtos chineses. No entanto, após a China anunciar sua própria tarifa de 34% sobre produtos americanos, ele prometeu adicionar mais 50% de imposto, o que somada a outras taxas impostas contra o país, atinge 104%.





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Queda generalizada

Nas demais bolsas asiáticas a queda foi generalizada. O índice de referência Nikkei do Japão fechou em queda de quase 4%, enquanto o índice de ações de Taiwan recuou 5,8%. O índice Hang Seng de Hong Kong recuperou algumas quedas anteriores, fechando em queda de 0,4%, e o índice Kospi 200 da Coreia do Sul recuou 1,8%.

Na Europa, o pregão também abriu em queda. O FTSE 100 de Londres caiu 2,2%, revertendo a maior parte dos ganhos de ontem. O índice Dax da Alemanha caiu cerca de 2,3%, o Cac 40 da França recuou 2,4% e o Ibex da Espanha, 2%. Já o índice Stoxx Europe 600 caiu 2,6%.

Nesta terça-feira (08/04), o mercado de ações dos Estados Unidos acumulou perdas acentuadas, com o índice de referência S&P 500 e o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, caindo 1,57% e 2,15%, respectivamente.

O S&P 500 fechou abaixo de 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano e se encontra 18,9% abaixo de sua máxima mais recente de 19 de fevereiro. Desde o anúncio das taxas na última quarta-feira, as empresas listadas no índice já perderam US$ 5,8 trilhões em valor de mercado de ações, a maior perda, em quatro dias, desde que o índice foi criado na década de 1950.

Frente à guerra comercial global, os preços do petróleo caíram pelo quinto dia consecutivo, com o West Texas Intermediate fechando abaixo de US$ 60 pela primeira vez desde abril de 2021.

Trilhões em ações foram eliminados das bolsas globais nos últimos dias. A derrocada do mercado reflete a preocupação crescente de que as tarifas interrompam as cadeias de suprimentos globais, alimentando a inflação e desencadeando uma grave crise econômica.

Em um podcast, George Saravelos, chefe global de pesquisa cambial do Deutsche Bank, avalia que “estamos entrando em território desconhecido no sistema financeiro global”, com quedas simultâneas nos preços de todos os ativos americanos, incluindo ações, dólar e títulos. “É muito difícil prever a dinâmica do mercado nos próximos dias”, afirmou.

Reações

Nesta quarta-feira, entra em vigor a retaliação da China, com seus próprios impostos, contra os Estados Unidos.

A União Europeia planeja votar hoje à tarde suas primeiras medidas de retaliação em resposta às tarifas, impondo maiores impostos sobre uma série de produtos manufaturados e agrícolas.

O banco central da Nova Zelândia chegou a cortar as taxas de juros, dizendo que “a incerteza sobre a política comercial global enfraqueceu as perspectivas”.

Vários governos anunciaram medidas de intervenção, incluindo Taiwan, que pré-autorizou fundos emergenciais de estabilização para a bolsa de valores. Seul anunciou um pacote de apoio emergencial de US$ 2 bilhões (£ 1,6 bilhão) para o setor automotivo, incluindo apoio financeiro, cortes de impostos e subsídios.

Outros países se apressaram em negociar, enviando delegações a Washington. É o caso do Japão e da Coreia do Sul. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também deve visitar Trump na próxima semana. O presidente dos Estados Unidos disse que 70 países entraram na fila.

´Estão nos ligando para me bajular´

Em um jantar com colegas republicanos na noite de terça-feira, Trump afirmou que os países estavam “morrendo” para fechar um acordo . “Estou dizendo a vocês, esses países estão nos ligando para me bajular”, gabou-se.

Ele acredita que sua política revitalizará a base industrial perdida, forçando as empresas a se mudarem para os EUA, o que muitos especialistas questionam.

“São acordos personalizados, altamente personalizados. Tivemos conversas com muitos, muitos países, mais de 70, e todos querem participar. Nosso problema é que não conseguimos ver tantos tão rápido.”, disse Trump em um evento na Casa Branca.

Trump também afirmou que em breve anunciará tarifas “importantes” sobre as importações de produtos farmacêuticos. Uma péssima notícia para a Índia que exporta quase US$ 13 bilhões em medicamentos, muitos deles genéricos, e tem os Estados Unidos como o seu maior mercado.



Fonte: Opera Mundi

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