Após desembarcar na Malásia, como parte de seu giro a países do Sudeste Asiático, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta quarta-feira (16/05) que sua nação e a “Malásia estarão ao lado dos países da região para combater a corrente de confronto geopolítico e de campo, bem como as contracorrentes do unilateralismo e do protecionismo”, referindo-se à guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“E juntos, salvaguardaremos as perspectivas brilhantes de nossa família asiática”, acrescentou Xi durante um discurso na capital administrativa malaia, Putrajaya. A Malásia, que é a terceira maior economia do Sudeste Asiático, foi atingida com uma tarifa norte-americana de 24%.
No dia anterior, a Casa Branca divulgou que a China agora enfrenta uma tarifa de 245% sobre as importações para os EUA, “como resultado de suas ações retaliatórias”. A informação foi mencionada em um documento publicado pelo governo norte-americano que não esclareceu como a gestão Trump chegou ao cálculo da taxa a ser aplicada contra o país asiático.
Ao portal norte-americano Newsweek, um funcionário da Casa Branca explicou que o cálculo reflete a taxa potencial máxima que alguns produtos chineses podem enfrentar, combinando a tarifa recíproca, a tarifa de fentanil e as tarifas existentes da Seção 301 – a Seção 301 da Lei de Comércio e Tarifas dos EUA prevê a imposição de medidas coercitivas em resposta a práticas comerciais de outros países.
Ainda segundo a fonte, os veículos elétricos, por exemplo, têm tarifas pendentes da Seção 301 desde o governo Biden, o que significa que estes enfrentariam uma taxa de 245% em sua totalidade.
No informativo divulgado na noite de terça-feira (15/04), a Casa Branca também detalhou as principais decisões da política econômica e comercial de Trump, considerando a imposição de tarifas como uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
O anúncio das tarifas começou em 2 de abril, quando o magnata impôs uma taxa de 10% sobre produtos de mais de 180 países, além de individualizar taxas recíprocas para as nações com as quais os EUA têm os maiores déficits comerciais, chegando a até 50%.
Desde então, o republicano pontua que mais de 75 países já entraram em contato para discutir novos acordos comerciais.
“Como resultado, as tarifas recíprocas individualizadas estão atualmente pausadas em meio a essas discussões, exceto para a China, que retaliou”, afirmou o comunicado norte-americano, lembrando que Trump iniciou sua política comercial “America First” alegando buscar o crescimento da economia norte-americana.
O presidente da China, Xi Jinping, conversou com o primeiro-ministro malaio, Anwar bin Ibrahim, no âmbito de sua visita oficial à Malásia no contexto da guerra comercial promovida pelos Estados Unidos de Donald TRump
EUA e China
O republicano elevou as taxas contra mercadorias provenientes do gigante asiático inicialmente para 34%, que se somaram aos 20% já cobrados anteriormente. Em seguida, a China rebateu e impôs tarifas extras de 34% contra as importações norte-americanas. A guerra comercial escalou, e Washington aumentou a taxação para 104%, enquanto Pequim não recuou e confirmou que estava pronta para “revidar até o fim”.
Posteriormente, Trump elevou as tarifas sobre os produtos chineses para 125%. Na quinta-feira passada (10/04), a Casa Branca explicou que essa taxa foi somada a outra de 20% já aplicada anteriormente contra o país asiático, totalizando 145%. Como retaliação, a China elevou novamente as tarifas sobre os norte-americanos para 125%.
(*) Com Ansa e RFI
Fonte: Opera Mundi