quarta-feira, abril 23, 2025

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China promete combater tarifas de Trump ‘até o fim’


O Ministério do Comércio chinês prometeu na terça-feira (08/04) combater as tarifas norte-americanas “até o fim”, após a ameaça do presidente Donald Trump de impor taxas adicionais de 50% sobre as importações chinesas. As novas tarifas são severamente criticadas, até mesmo dentro do próprio partido republicano, e geram receios de uma recessão mundial. Muitos países buscam negociar as taxas.

Para o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, é “um erro que se adiciona a outro erro”, referindo-se a uma verdadeira chantagem por parte dos Estados Unidos. “A China nunca aceitará isso e adotará contramedidas incisivas para proteger seus próprios direitos e interesses”, disse o ministro, que anunciou, ao mesmo tempo, medidas de apoio à economia interna.

Em resposta às novas tarifas norte-americanas, Pequim revelou suas próprias taxas, de 34% sobre uma série de produtos norte-americanos, que entrarão em vigor na quinta-feira (10/04). E Donald Trump, por sua vez, retorquiu, em uma mensagem publicada no Truth Social: ele ameaça aumentar as “tarifas” em mais 50%, a menos que a China retire imediatamente suas novas tarifas.





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Até 104% de tarifas para a China

Se a medida for aplicada, as tarifas norte-americanas chegariam a um total inédito de 104% sobre os produtos chineses. Washington justifica esses aumentos como represálias contra o tráfico de fentanil e os desequilíbrios comerciais persistentes.

Nos mercados, a tensão é palpável. Trump, por sua vez, minimiza o impacto, mas as consequências podem ser duradouras e os consumidores norte-americanos podem ver os preços de muitos produtos subirem. Pequim poderia, ainda, intensificar intercâmbios com outros parceiros, especialmente a União Europeia. A China, no entanto, insiste: não há “vencedores em uma guerra comercial” e o governo segue oficialmente aberto ao diálogo.

Um porta-voz do Ministério chinês fez um apelo para que “as diferenças com a China sejam resolvidas por meio de um diálogo igualitário com base no respeito mútuo“.

Trump disse que já não quer se reunir com autoridades chinesas, mas que está disposto a negociar “acordos justos” com outros países, o que não significa que vai retroceder, ressaltou. Os mercados estavam atentos ao menor sinal de que a política de Trump seria flexibilizada, o que o presidente norte-americano descartou.

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Wikimedia Commons / Territory of American Canada
Estados Unidos trava uma guerra comercial contra a China e ameaça mais tarifas

Negociações intensas

A agitação diplomática para minimizar os efeitos das sobretaxas segue em ritmo frenético. O republicano acusa os parceiros econômicos dos Estados Unidos de “saqueá-los” e impôs uma tarifa universal de 10% sobre a maioria de seus produtos importados, que entrou em vigor no sábado.

E para a próxima quarta-feira reserva sobretaxas ainda maiores para dezenas de parceiros comerciais importantes, principalmente a União Europeia (20%) e a China.

Da Ásia à Europa, os parceiros comerciais dos Estados Unidos tentam convencer Trump a aliviar as medidas.

A União Europeia propôs uma isenção tarifária total e recíproca para produtos industriais aos Estados Unidos, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Mas Trump considerou a oferta “insuficiente”.

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, afirma ter chegado a um acordo com Trump para continuar as negociações. Bangladesh, o segundo maior fabricante de vestuário do mundo, pediu a Washington que suspenda a aplicação de novas tarifas alfandegárias por três meses.

“Mais de 50 países” entraram em contato com o governo dos Estados Unidos”, disse à NBC o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. “Veremos se o que eles têm a oferecer é confiável”, acrescentou. Na opinião dele, não é algo que possa ser negociado em “dias ou semanas”, então ele deu a entender que as tarifas podem permanecer em vigor por vários meses.

(*) Com informações da correspondente da RFI em Pequim, Clea Broadhurst.



Fonte: Opera Mundi

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