segunda-feira, junho 16, 2025

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China se oferece como mediadora entre Irã e Israel em meio à escalada do conflito: EUA e Putin também entram no jogo

Em meio ao agravamento do conflito entre Israel e Irã após o ataque israelense sem precedentes a um complexo militar iraniano, a China surge como possível mediadora da paz — numa estratégia que reafirma sua oposição à influência dos Estados Unidos no Oriente Médio. O chanceler chinês Wang Yi conversou separadamente com representantes de ambos os países e criticou duramente a ação militar israelense, defendendo a soberania iraniana e se colocando à disposição para “desempenhar um papel construtivo” na contenção do conflito.

A postura chinesa contrasta fortemente com o silêncio estratégico adotado em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia, revelando o realinhamento das potências em blocos opostos e os novos tabuleiros da diplomacia internacional. Pequim também demonstrou preocupação com a escalada regional e os riscos à estabilidade energética — já que depende do petróleo iraniano e busca se firmar como voz influente entre países do Sul Global.

Além da China, outros atores globais começaram a se posicionar. Donald Trump sugeriu que Rússia e EUA poderiam cooperar na mediação, destacando que Vladimir Putin estaria “pronto” para intervir. O ex-presidente, inclusive, afirmou que “acordos estão sendo feitos” nos bastidores. A fala revela não apenas os bastidores de uma diplomacia paralela, como também o avanço de um possível “eixo” envolvendo China, Rússia, Irã e Coreia do Norte, observado com atenção por parlamentares em Washington.

A ofensiva militar já provocou centenas de mortes e mobilizou aliados de ambos os lados, com os Estados Unidos atuando na defesa de Israel, sem, no entanto, intervir diretamente nos bombardeios. Analistas alertam que um conflito de maiores proporções poderia redesenhar alianças no Oriente Médio e ampliar ainda mais a polarização geopolítica global.

Enquanto isso, o cenário expõe os limites dos fóruns multilaterais e a ausência de uma liderança estável nas negociações de paz. A China tenta ocupar esse vácuo, apesar de sua influência sobre Teerã ainda ser vista como limitada. Em 2023, o país asiático conseguiu intermediar um acordo histórico entre Arábia Saudita e Irã, sinalizando que pode, sim, surpreender na diplomacia regional.

Resta saber se o mundo assistirá a mais um rearranjo de poderes ou se a escalada entre Irã e Israel precipitará uma guerra regional de proporções devastadoras.

trezzenews