O governo da Coreia do Sul oficializou a convocação de eleições presidenciais para o próximo dia 3 de junho, na esteira da destituição do ex-mandatário Yoon Suk-yeol devido à tentativa fracassada de impor lei marcial no país em dezembro passado.
A decisão chega poucos dias depois de a Corte Constitucional ter confirmado, na última sexta-feira (04/04), a deposição do ex-mandatário de direita, que foi substituído interinamente pelo premiê Han Duck-soo.
Han, que fez o anúncio da data, também informou que o dia será “designado como feriado público temporário” para facilitar a votação. A data estabelecida também respeita a constituição do país asiático, que exige a demarcação de novas eleições até no máximo 90 dias após o surgimento da vaga no mais alto cargo Executivo do país.
“Peço sinceras desculpas por causar confusão e preocupações às pessoas nos últimos quatro meses e por ter que enfrentar esta situação lamentável de uma vaga presidencial. Agora precisamos nos curar rapidamente das feridas e consequências e canalizar a energia da nação para impulsionar a República da Coreia para cima e para a frente”, declarou o mandatário interino durante o anúncio, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Han ainda pediu colaboração dos ministérios do país para “que trabalhem em estreita colaboração com a Comissão Eleitoral Nacional para garantir que a eleição seja mais justa e transparente do que nunca e ganhe a confiança do povo”.
Han Duck-soo. que substituiu Yoon Suk-yeol, fez o anúncio da data das novas eleições
Possíveis candidatos
As pesquisas dão amplo favoritismo para Lee Jae-myung, líder do Partido Democrático da Coreia, principal força de oposição no país e que tem maioria na Assembleia Nacional. Aos 61 anos, ele já foi prefeito de Seongnam e governador da província de Gyeonggi e é deputado desde junho de 2022.
Nas eleições que levaram Yoon à Presidência, Lee foi derrotado por uma margem mínima. Contudo, enfrenta seus próprios desafios políticos como julgamentos por acusações que incluem violação da lei eleitoral e suborno, segundo o jornal britânico The Guardian.
Por outro lado, o Partido do Poder Popular, legenda de Yoon, que tem “um amplo campo de candidatos”, segundo o Guadian, aparece com menos de 10% das intenções de voto. Entre os possíveis presidenciáveis estão o atual ministro do Trabalho, Kim Moon-soo, que anunciou sua intenção de concorrer ao pleito nesta terça-feira (08/04).
De acordo com a pesquisa da empresa norte-americana Gallup, publicada em 4 de abril, 34% dos entrevistados apoiam Lee como o próximo presidente sul-coreano, 9% apoiam o conservador Kim Moon-soo, 5% o ex-líder do partido governista Han Dong-hoon, 4% o prefeito de Daegu, Hong Joon-pyo, e 2% o prefeito de Seul, Oh Se-hoon.
Apesar das estimativas, nenhuma candidatura foi oficializada até o momento. Segundo a Yonhap, a Comissão Eleitoral Nacional do país iniciou o registro antecipado dos candidatos logo após a decisão do Tribunal Constitucional contra Yoon na última semana.
De acordo com a lei eleitoral, os candidatos devem se registrar até 11 de maio, já que no dia 12 de maio começa o período oficial de campanha eleitoral. Para os interessados em concorrer que já sejam servidores públicos, a lei exige que a renúncia seja feita pelo menos 30 dias antes da eleição, ou seja, até 4 de maio.
Após as eleições, o novo presidente da Coreia do Sul assumirá imediatamente, sem uma equipe de transição.
(*) Com Ansa e informações de The Guardian e Yonhap
Fonte: Opera Mundi