Convidado do programa 20 MINUTOS do canal Opera Mundi no YouTube desta sexta-feira (04/04), o historiador Gustavo Gaiofato fez uma ampla análise sobre a influência dos discursos da extrema direita na população brasileira.
“Quando olhamos as condições do trabalhador com carteira assinada no Brasil, que recebe R$1.800 por mês, trabalha na escala 6×1 e está em uma situação econômica cadente, ele obviamente vai se sensibilizar com a possibilidade de ser seu próprio patrão e não ter horários determinados. Mas, na verdade, isso são maquiagens para uma precarização cada vez maior do trabalho”, afirmou em entrevista ao jornalista Breno Altman.
Dando exemplo de figuras como Pablo Marçal, empresário e influenciador brasileiro, o também professor afirma que esse tipo de “orientação político-ideológica” visa “dar existência às massas de excluídos” por meio de um “discurso supostamente emancipador”.
“Citando [o cientista político e historiador] Michael Parenti, isso é uma aura revolucionária com um conteúdo podre dentro. É a ideia de que você não é um trabalhador, mas sim um empresário ou um pequeno proprietário, de que você precisa alcançar esse lugar na vida de sucesso econômico. E isso se demonstrou um fenômeno bastante poderoso”, declarou Gaiofato, conhecido pelo canal História Cabeluda, recentemente rebatizado com o seu próprio nome.
Ao retomar o nome de Marçal na entrevista com o fundador de Opera Mundi, Gaiofato lembra que grande parte de seus apoiadores que “compram seu discurso” são parte da juventude extremamente precarizada pelas condições de trabalho.
O historiador, que também é militante do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), ainda sugeriu formas de combater “de forma estrutural” esse tipo de movimento que ganha força e está no ideário da juventude brasileira. Para entender mais sobre o assunto, assista a entrevista completa no canal de Opera Mundi no YouTube.
Fonte: Opera Mundi