quarta-feira, abril 23, 2025

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EUA protestam contra Trump e em defesa da Palestina


Neste sábado (05/04), manifestantes tomaram as ruas de Nova York para participar da primeira grande mobilização nacional contra o governo Trump desde sua posse. O ato, que ocorreu simultaneamente em cidades de todos os 50 estados norte-americanos, teve como bandeiras principais a defesa da democracia, críticas à influência de bilionários como Elon Musk na política nacional e a solidariedade à causa palestina.

A marcha “Hands Off!”, organizada por uma coalizão de movimentos progressistas, atraiu milhares de pessoas mesmo sob chuva e temperaturas baixas. Em Nova York, o clima não desanimou manifestantes como Daniel Harry, que empunhava um cartaz em defesa da democracia.

Luciana Rosa

“Estou preocupado porque acho que temos líderes que não estão interessados na democracia. Tenho medo do que pode acontecer se Trump voltar à Presidência para um terceiro mandato”, afirmou. “Mas é por isso que saí de casa hoje. Como temos gritado aqui: this is what democracy looks like (Isso é como a democracia se parece, em tradução para o português). Às vezes é desconfortável, mas é poderoso, não é?”.





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Luciana Rosa

A manifestação também atraiu famílias inteiras. Joe Bonowitz compareceu com suas duas filhas pequenas — Sadie, de casaco rosa, e Lila, de azul. Questionada sobre o motivo de levar as crianças a um protesto, Joe foi direta: “As decisões tomadas agora vão afetar o futuro delas. São elas que herdarão o que estamos construindo — ou destruindo. E como meninas, os direitos das mulheres também estão em risco. Elas precisam saber que têm voz.”

Sadie, a mais velha, mostrou que entende o espírito do ato. “Eu gosto de chuva, então isso não me incomoda”, disse sorrindo. “Mas estou aqui porque é injusto o que Trump e Elon Musk estão fazendo com as pessoas. Na última vez, Trump separou famílias que falavam outra língua. Eu queria estar em um protesto e agora estou.”

Luciana Rosa

Entre os manifestantes mais experientes, Joan Scholvin, de 78 anos, caminhava de guarda-chuva na mão. “Nova York é talvez a cidade mais diversa do mundo. A maioria aqui se dá bem e acredita na convivência”, disse. “Mas este governo representa o oposto disso. Trump não esconde que governa para si mesmo e para seus aliados. Ele quer mais poder e mais dinheiro — e só nomeia gente que serve aos interesses dele, mesmo que não tenha qualificação.”

Para Joan, a população demorou a reagir ao autoritarismo de Trump. “Mas agora estamos aqui. Eu e meus amigos estamos indo às ruas, doando para grupos legais que ajudam quem está sendo perseguido e fazendo o que podemos.”

Além de Nova York, a manifestação teve edições em cidades como Washington, Los Angeles, Chicago, além de atos internacionais em Paris, Londres, Berlim, Tóquio e Sydney, organizados por coletivos como o Democrats Abroad.

Com bonecos, faixas, palavras de ordem e muitas capas de chuva, os nova-iorquinos mostraram que, para defender a democracia, vale a pena sair de casa — mesmo num sábado molhado de primavera.

Em Washington, multidão marcha pela libertação de estudante palestino

Na capital norte-americana, milhares de manifestantes se reuniram no entorno do Monumento a Washington e marcharam pela National Mall. Os organizadores estimaram mais de 20 mil pessoas presentes, muitas vindas de outras cidades do país especialmente para participar da manifestação, em uma das maiores concentrações do dia.

Com cartazes pedindo a libertação do estudante palestino detido recentemente pela polícia de imigração, Mahmoud Khalil, a marcha seguiu até a sede do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Entoando palavras de ordem contra a repressão policial e a ocupação de Gaza, a manifestação teve forte tom anticolonial e pró-direitos humanos. Manifestantes usavam lenços palestinos, carregavam bandeiras e cartazes com frases como “Free Palestine” e “Resist imperialism”.

Segundo documentos oficiais, a Casa Branca criou uma força-tarefa específica para “combater o crime” na capital federal, o que, na prática, amplia a presença de forças federais nas ruas de D.C. e poderia ser posta em ação para controlar manifestações como a deste sábado.

O decreto presidencial fala em “embelezamento” da cidade, repressão ao grafite e aumento da segurança em pontos turísticos, como museus e monumentos históricos, como o National Mall, hoje repleto de manifestantes.

Os protestos em D.C. foram organizados por mais de 150 grupos ativistas e contaram com a presença de parlamentares democratas, que criticaram duramente as medidas autoritárias do governo. Em um dos palcos montados no gramado do National Mall, os discursos reforçaram o apelo por justiça social, contra o desmonte de políticas públicas e pelo fim da impunidade a abusos cometidos sob o selo do “America First”.



Fonte: Opera Mundi

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