domingo, junho 8, 2025

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Guerra comercial de Trump gera oposição dentro e fora dos Estados Unidos; anúncio de tarifas será hoje

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Nesta quarta-feira (02.04), às 17h, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciará o seu “tarifaço”, assim chamado o pacote de novas tarifas que passarão a ser cobradas sobre as importações de todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos.

Publicizado, na retórica imperialista, como “O Dia da Libertação” e “uma das datas mais marcantes da história moderna”, a guerra comercial estadunidense vem promovendo apreensão de líderes mundiais e de representantes econômicos dentro e fora do país.

Até o momento, ninguém faz ideia de como será o pacote anunciado nesta tarde. As tarifas anunciadas serão adicionais às já implementadas pela administração Trump, como as tarifas adicionais de 20% sobre todas as importações chinesas, de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, de 10% sobre as importações de energia do Canadá e a tarifa, que entra em vigor nesta quinta-feira, de 25% sobre todos os veículos (e eventualmente autopeças) importados.

A implementação dessas tarifas tem sido aleatória, com múltiplos recuos e atrasos e promessas vagas, e vem promovendo uma generalizada reação contrária pelos maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos, além de abalar o mercado de ações globais.

Às vésperas da divulgação das novas cobranças, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que as medidas entrarão em vigor “imediatamente” após o anúncio.

Ela frisou que o governo passou a terça-feira (01.04) “aperfeiçoando” o plano comercial para “garantir que ele seja um acordo perfeito para o povo americano e o trabalhador americano”.

´O mundo tem roubado os EUA´


Em suas declarações à imprensa, Trump bate na tecla de que está promovendo “justiça” e que nos últimos 40 anos, “o mundo tem roubado a América”.

Anunciado logo após a sua posse, em 20 de janeiro, o tarifaço é apresentado internamente como um instrumento para restaurar a “justiça no comércio global” e trazer a indústria de volta ao país, aumentar a receita tributária e incentivar a repressão à migração e ao tráfico de drogas.

Os funcionários da administração Trump insistem que as empresas estrangeiras pagarão o custo das tarifas pelo privilégio de vender no mercado americano, mas tanto os economistas como os executivos da indústria dizem que os importadores provavelmente passarão parte do custo das tarifas para os consumidores.

O receio de que o tarifaço aumente os preços para os consumidores e empresas estadunidenses e provoque retaliações capazes de prejudicar os agricultores e outros exportadores do país fez a confiança do consumidor despencar nos Estados Unidos.

Como destaca The Guardian, a guerra comercial de Trump levou ao pior trimestre em mais de dois anos de duas das três principais bolsas de valores. A confiança do consumidor também caiu para o nível mais baixo em quatro anos.

“É a mudança de confiança mais dramática de que me lembro, exceto quando a Covid chegou. É concebível que o golpe na confiança possa ter um efeito maior do que as próprias tarifas”, afirmou o presidente do Federal Reserve de Minneapolis à Bloomberg News.


Países aguardam 

Trump chegou a mencionar a proposta de impor tarifas recíprocas – as mesmas taxas que os países usam para as exportações estadunidenses – para o Brasil, a Coreia do Sul, a Índia e a União Europeia, que classificou a medida como um “plano forte” de retaliação.

Sobre o México e o Canadá, dois dos maiores parceiros comerciais, a proposta é chegar a 25% sobre todas as importações. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, classificou-as de “injustificadas” e comprometeu-se a retaliar.

Nesta terça-feira, Carney conversou por telefone com a presidenta mexicana Cláudia Sheinbaum e ambos falaram em integração econômica norte-americana, com respeito às soberanias, como a melhor forma de competir com outras regiões do mundo”, destaca La Jornada.

Canada e China também já retaliaram as tarifas de Trump com as suas próprias taxas. E os governos da Europa, do México e de outros países aguardam o anúncio desta tarde para divulgarem suas respostas. Uma das ideias da Europa é impor restrições ou sanções a empresas como a Google, a Meta ou mesmo a bancos americanos.


O Brasil


Para o Brasil, por enquanto, estão em vigor as tarifas de 25% sobre as exportações para os EUA de aço e alumínio. É sobretudo isso o que o governo brasileiro tenta negociar nesse momento, embora os dois lados estejam repassando a relação comercial nessas reuniões técnicas.

Há algumas semanas, Trump havia acusado o Brasil de sobretaxar o etanol norte-americano com uma tarifa de 18%, enquanto a aplicada pelos EUA ao etanol brasileiro era de 2,5%. Este é um item que está na pauta dessas negociações. Duas reuniões já aconteceram. Mas pode ser que não haja avanços, neste caso, já que o setor reagiu mal à possibilidade de se baixar a tarifa para o produto norte-americano. Tudo isso terá de ser visto à luz do que será anunciado nesta quarta-feira.

Enquanto negocia com Washington, o Brasil aposta na aprovação do projeto de lei da reciprocidade ambiental aprovado nesta terça-feira (01.04). Criado para reagir a restrições ambientais que vinham sendo impostas pela Europa a produtos brasileiros, o PL 2.008/2023 teve seu alcance ampliado após substitutivo da senadora Tereza Cristina (PP-MS). Ele permite ao Brasil reagir de maneira mais ágil, como já acontece hoje nos EUA e na Europa.


Turbulências internas

 

O tarifaço provocou turbulências também nas bolsas de valores e entre grandes empresas do país que dependem de cadeias de fornecimento internacionais, como as de peças e produtos.

Analistas da Goldman Sachs, em nota recente, aumentaram a previsão de inflação para o final do ano nos Estados Unidos e reduziram as projeções de crescimento econômico do país para 2025. Também subiram as expectativas de desemprego e o índice de probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses.

A mudança, apontam, reflete “a nossa linha de base de crescimento mais baixa, a recente deterioração acentuada da confiança das famílias e das empresas e as declarações dos responsáveis da Casa Branca, que indicam uma maior vontade de tolerar a fraqueza econômica a curto prazo na prossecução das suas políticas”, informa The New York Times.

Com Ansa, The Guardian, Bloomberg News, La Jornada e The New York Times.

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Fonte: Opera Mundi

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