Os índices futuros dos EUA e as bolsas europeias operam em baixa, nesta manhã de sexta-feira (11), diante do temor que só cresce com a escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos. O governo chinês retaliou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, elevando de 84% para 125% as taxas sobre produtos norte-americanos, segundo comunicado divulgado hoje pela Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado.
Na véspera, o governo Trump confirmou que as tarifas dos EUA sobre importações chinesas agora somam, efetivamente, 145%. Após a China responder à armadilha que Trump criou para ele mesmo e para o mundo, instalou-se nos agentes dos mercados mundiais o sentimento de que uma negociação amigável entre as duas potências está longe de acontecer.
Com um olho na guerra comercial, os agentes manterão o outro na agenda econômica dos EUA, com uma série de balanços de bancos e instituições financeiras no radar, marcando o início da temporada de resultados do primeiro trimestre.
Na lista estão Morgan Stanley, Wells Fargo, JPMorgan Chase e BlackRock estão entre os nomes que devem apresentar seus números, oferecendo sinais sobre a saúde da economia norte-americana.
No ambiente macro, será divulgado o índice de preços ao produtor de março (PPI, na sigla em inglês) e o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan.
No Brasil, a agenda econômica traz dados muito importantes, como o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central de fevereiro, considerado uma espécie de termômetro do PIB (Produto Interno Bruto), e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março.
Brasil
Depois de um dia de tremenda euforia, o Ibovespa registrou queda forte de 1,13% na quinta-feira (10), fechando aos 126.354,75 pontos. O movimento do indicador acompanhou as bolsas de Nova York, que também fecharam em baixa generalizada diante dos temores de uma escalada na guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8988, com avanço de 0,88% sobre o real.
Ontem, a Casa Branca esclareceu que as tarifas impostas a produtos importados da China somam, na verdade, 145% e não de 125% como foi anunciado na véspera pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O governo norte-americano confirmou que o percentual não incluía uma tarifa pré-existente de 20%, que era imposta anteriormente a países que, segundo os EUA, produzem o medicamento fentanil, que está no centro de emergência de saúde pública no país.
Europa
As bolsas europeias operam no vermelho hoje, no encerramento de uma semana muito volátil para as ações e o receio dos impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China na economia global.
STOXX 600: -0,68%
DAX (Alemanha): -0,80%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,06%
CAC 40 (França): -0,60%
FTSE MIB (Itália): -1,02%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York operam no campo negativo, mantendo, assim, o movimento de baixa da véspera com a escalada da guerra comercial entre EUA e China. Os investidores aguardam nesta sexta a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de março e a leitura preliminar do sentimento do consumidor da Universidade de Michigan referente a abril.
Dow Jones Futuro: -0,32%
S&P 500 Futuro: -0,31%
Nasdaq Futuro: -0,33%
Ásia
Os mercados asiáticos encerraram a sexta-feira com desempenho misto, acompanhando o movimento de Wall Street na véspera, após o governo norte-americano confirmar que, na verdade, as tarifas sobre produtos chineses importados pelos EUA somam 145%.
Por sua vez, o governo chinês anunciou novo revide, anunciando tarifas de 125% sobre produtos importados pelos EUA.
Shanghai SE (China), +0,45%
Nikkei (Japão): -2,96%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,13%
Kospi (Coreia do Sul): -0,50%
ASX 200 (Austrália): -0,82%
Petróleo
Os preços do petróleo, por sua vez, sobem, mas devem cair pela segunda semana consecutiva devido às preocupações de que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo – China e Estados – seja prolongada, afetando a demanda pela commodity.
Petróleo WTI, +0,25%, a US$ 60,24 o barril
Petróleo Brent, +0,21%, a US$ 63,46 o barril
Agenda
Nos EUA, serão divulgados o índice de preços ao produtor de março e a confiança do consumidor de abril.
Por aqui, no Brasil, a China suspendeu a compra de carne bovina de 60% dos fornecedores dos EUA, em meio à guerra tarifária com o governo Trump. A medida pode abrir espaço para o Brasil ampliar suas exportações, já que o país asiático é o principal destino da carne bovina brasileira. Em 2024, as vendas somaram mais de 1 milhão de toneladas, gerando US$ 6 bilhões. A expectativa é que a visita do presidente Lula à China em maio fortaleça ainda mais essa parceria.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
Fonte: ICL Notícias