Os índices futuros dos EUA operam em baixa generalizada, nesta manhã de quinta-feira (10), após uma disparada histórica na véspera, impulsionada pela suspensão de tarifas anunciada pelo presidente Donald Trump. Enquanto isso, as bolsas europeias se movimentam com forte alta, do mesmo modo como fecharam os mercados asiáticos.
O destaque do dia de hoje é a entrada em vigor de sobretaxas de 125% a produtos importados pelos EUA da China. Trump subiu de 104% para 125% o que ele chama de “tarifa recíproca” depois que o governo chinês anunciou taxa retaliatória de 84% aos Estados Unidos. Agora, o mundo espera para hoje uma possível reação dos chineses.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos anunciou que, por um período de 90 dias, fará uma pausa na cobrança de tarifas em todos os países que não retaliaram os EUA. Ele também afirmou que limitará as tarifas em 10% imediatamente.
O anúncio fez com que as bolsas de Nova York fechassem com forte alta, após dias de intensa volatilidade desde que o plano tarifário global foi anunciado em 2 de abril. Isso fez com que as 500 pessoas mais ricas do mundo perdessem, juntas, US$ 536 bilhões nos dois dias depois de anunciadas as tarifas. Com o movimento positivo da véspera, os maiores bilionários do planeta ficaram ainda mais ricos.
Agora, congressistas democratas acusam Trump de manipular o mercado financeiro com a suspensão de tarifas. A prática, chamada “insider trading”, acontece quando informações privilegiadas são utilizadas para comprar ou vender ações e obter algum tipo de lucro.
Horas antes de suspender as tarifas, Trump escreveu em seu perfil na rede social Truth: “Um ótimo dia para comprar!!! DJT”. Este último é o código de operação da empresa do republicano, a Trump Media & Technology Group na bolsa de valores, mas também são as iniciais do nome do republicano.
No Brasil, a agenda traz a divulgação do Índice de Crescimento do Setor de Serviços de fevereiro e os Barômetros Econômicos Globais de abril, ambos às 9h.
Brasil
Após dias de forte turbulência, os mercados financeiros viveram um dia de trégua, na quarta-feira (9), depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias no plano de impor sobretaxas a vários parceiros comerciais que aceitaram a medida sem revidá-la. A exceção é a China, país para o qual Trump elevou ainda mais as sobretaxas.
Com isso, o Ibovespa seguiu o fluxo das bolsas internacionais, e encerrou o pregão da véspera com alta parruda de 3,12%, aos 127.795,93 pontos, um ganho de 3.864,04 pontos.
O dólar, por sua vez, encerrou o dia com baixa considerável de 2,51%, aos R$ 5,845. A divisa norte-americana chegou a atingir R$ 6,096 na máxima do dia, mas arrefeceu depois de Trump anunciar a suspensão das taxas recíprocas acima de 10% por 90 dias para os países que não retaliaram os EUA.
Europa
As bolsas europeias operam com forte alta, acompanhando a recuperação de Wall Street na véspera, depois que o presidente Donald Trump suspendeu a imposição de sobretaxas aos países que não retaliaram o seu plano.
STOXX 600: +5,27%
DAX (Alemanha): +5,90%
FTSE 100 (Reino Unido): +4,11%
CAC 40 (França): +5,43%
FTSE MIB (Itália): +6,35%
Estados Unidos
No caminho oposto da véspera, os índices futuros de Nova York amanhecem no campo negativo, com os investidores aguardando um possível revide da China à elevação para 125% da sobretaxa a produtos importados dos chineses.
Dow Jones Futuro: -1,40%
S&P 500 Futuro: -1,79%
Nasdaq Futuro: -2,17%
Ásia
As bolsas asiáticas, bastante influenciadas pelas ações do setor de tecnologia, fecharam com forte alta, acompanhando Wall Street, após mudanças de rota no plano tarifário de Donald Trump, com exceção da China.
Os ganhos da região foram liderados pelo índice Nikkei, do Japão, que disparou 9,13%, a 34.609 pontos, enquanto o índice Topix, mais amplo, avançou 8,09%, a 2.539,40 pontos.
Shanghai SE (China), +1,16%
Nikkei (Japão): +9,13%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,06%
Kospi (Coreia do Sul): +6,60%
ASX 200 (Austrália): +4,54%
Petróleo
Os preços do petróleo caem mais de 2%, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, intensificava a guerra comercial com a China, mesmo tendo anunciado uma pausa de 90 dias nas tarifas destinadas a outros países.
Petróleo WTI, -2,49%, a US$ 60,80 o barril
Petróleo Brent, -2,41%, a US$ 63,90 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, será divulgado o indicador de inflação CPI de março, o Relatório Wasde e o Balanço Orçamentário Federal, também de março.
Por aqui, no Brasil, a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou que o aumento das tensões comerciais entre EUA e China pode levar a uma contração de até 80% no comércio bilateral. Segundo ela, os impactos negativos não se restringiriam às duas potências, atingindo também países em desenvolvimento. Ngozi afirmou que uma divisão da economia global em blocos pode reduzir o PIB mundial em até 7% no longo prazo.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
Fonte: ICL Notícias