Ao menos 17 palestinos foram mortos e 69 ficaram feridos em ataques israelenses na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas desta terça-feira (15/04), de acordo com as informações fornecidas pelo Ministério da Saúde do enclave. Uma das ofensivas atingiu um hospital localizado em um campo de refugiados na região de Al-Mawasi, na província de Khan Younis, no sul, área onde centenas de milhares de palestinos buscam abrigos em tendas.
O bombardeio direcionado ao Hospital do Kuwait matou um médico e feriu nove pessoas, incluindo diversos profissionais de saúde, de acordo com o porta-voz do centro hospitalar, Saber Mohammed.
“O direcionamento confirma a intenção deliberada da ocupação de infligir maiores danos ao sistema de saúde e ameaçar o tratamento dos feridos e doentes, mesmo em leitos hospitalares”, disse a pasta em um comunicado publicado no Telegram.
“Os crimes da ocupação contra instalações médicas não cessarão enquanto não houver uma posição firme das instituições internacionais e humanitárias. O Ministério da Saúde reitera seu apelo a todas as partes internacionais e interessadas em fornecer proteção aos hospitais e ao pessoal médico”, acrescentou.
Durante os 18 meses de massacre em Gaza, o Exército de Israel tem atacado inúmeros hospitais sob alegação de neles estarem membros do Hamas escondidos.
Em meio aos ataques, no dia anterior, o grupo palestino confirmou que recebeu uma proposta do governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para libertar um grupo de 10 reféns, incluindo um soldado americano-israelense, de acordo com um alto funcionário do movimento em entrevista à TV libanesa Al- Mayadeen.
Segundo o relato, a iniciativa também inclui um cessar-fogo nos combates por 45 dias, período no qual as travessias de fronteira seriam permitidas para a entrega de ajuda humanitária.
O plano israelense também prevê a redistribuição das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) em Gaza para áreas ocupadas antes de 2 de março e um compromisso de negociar uma segunda fase. Essas negociações incluiriam discussões sobre um cessar-fogo permanente, a retirada militar do regime sionista, o desarmamento do Hamas e a futura governança do enclave palestino.
O Hamas afirmou, por meio de comunicado, que estava revisando a proposta israelense e responderia “o mais rápido possível”. Entretanto, um alto funcionário do grupo, Sami Abu Zuhri, afirmou à Al Jazeera que o movimento palestino não aceitaria qualquer exigência de desarmamento “enquanto houver uma ocupação”.
“O pedido para desarmar o Hamas nem é aceitável de se ouvir. Esta não é apenas uma linha vermelha, é um milhão de linhas vermelhas”, disse Abu Zuhri ao veículo.

Bombardeio israelense atinge barracas no campo de refugiados de Al-Mawasi, na província de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza
Palestina pede fim do genocídio em Gaza
No âmbito do diálogo político de alto nível entre União Europeia e Palestina no Luxemburgo, o Ministério dos Relações Exteriores palestino instou a comunidade internacional a pôr fim aos crimes de Israel nos territórios ocupados.
No encontro, Mohammad Mustafa ressaltou a urgência de uma intervenção e pressão de nações estrangeiras para acabar integralmente a limpeza étnica promovida por Israel, que matou grande parte da população na Cisjordânia, incluindo Jerusalém, especialmente nos campos de refugiados no norte.
A autoridade também exigiu que o regime sionista desbloqueie a passagem de fronteira para Gaza, permitindo o acesso a recursos básicos, como alimentos, água e suprimentos médicos.
A delegação palestina foi composta pelo ministro do Planejamento e Cooperação Internacional, Wael Zakout; o ministro de Estado das Relações Exteriores, Varsen Shaheen; o embaixador palestino na UE, Bélgica e Luxemburgo, Amal Jadou Shakaa; e o vice-ministro das Relações Exteriores, embaixador Omar Awadallah.
Por fim, o grupo de representantes reforçou os mecanismos de apoio ao Plano de Reconstrução de Gaza, adotado na Cúpula da Liga Árabe no Cairo e apoiado pela Organização de Cooperação Islâmica, enfatizando a necessidade de um plano para deter a agressão israelense e promover a ajuda humanitária.
(*) Com Ansa e Telesur
Fonte: Opera Mundi