Exército israelense justificou bombardeios a suposto centro de comando do Hamas e eliminou um de seus comandantes; grupo palestino não confirmou morte
As equipes da Defesa Civil de Gaza seguem realizando operações de busca nesta quinta-feira (10/04) após os ataques israelenses que atingiram prédios residenciais no bairro de Shujayea, na Cidade de Gaza, e deixaram pelo menos 35 pessoas mortas e outras dezenas feridas.
O Exército do regime sionista alegou que os bombardeios visaram um “centro de comando e controle” do Hamas, e acrescentaram ter matado um dos comandantes do grupo palestino, Haitham Razek Abd al-Karim Sheikh Khalil, que supostamente teria participado da operação em 7 de outubro de 2023. Entretanto, o Hamas não realizou comentários de imediato a respeito.
Por outro lado, as fontes médicas ouvidas pela emissora catari Al Jazeera ressaltaram que os ataques do Exército de Israel se direcionaram a casas, abrigos e campos de refugiados.
O Ministério da Saúde de Gaza disse esperar que o número de fatalidades aumente na medida que equipes de resgate e moradores trabalham juntos nas buscas por desaparecidos.
O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Basal, relatou dificuldades de alcançar as “dezenas de pessoas” presas sob os escombros, já que faltam equipamentos apropriados para as operações em decorrência do bloqueio de recursos básicos que Israel tem determinado no território palestino.
De acordo com a agência France-Presse (AFP), um habitante de Shujayea contou que algumas das vítimas ficaram “em pedaços” depois do ataque de “vários mísseis”.
“A poeira e a destruição maciça encheram todos os lugares. Não conseguíamos ver nada, só [ouvíamos] os gritos e o pânico das pessoas”, afirmou.
As equipes da Defesa Civil de Gaza seguem realizando buscas após os ataques israelenses que atingiram prédios residenciais no bairro de Shujayea, na Cidade de Gaza
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) emitiram ordens de evacuação em diversos pontos da Cidade de Gaza e milhares de pessoas fugiram de Shujayea. No entanto, segundo os habitantes ouvidos pela emissora BBC, a área atingida nesta quinta-feira não estava contemplada pelo Exército.
“Disseram-nos que esta era uma área segura para os deslocados, mas depois atingiram quarteirões residenciais com mísseis letais. O que fizeram as crianças? Será que elas disparam mísseis contra o Exército de Israel?”, lamentou um morador ao canal britânico.
Em 18 de março, Israel violou o acordo de cessar-fogo estabelecido com o Hamas e retomou seus ataques em Gaza, ameaçando ocupar partes do território caso o grupo palestino não libertasse o restante dos prisioneiros israelenses retidos no enclave. De acordo com as autoridades de saúde locais, mais de 1.4 mil pessoas morreram só nesse período.
Fonte: Opera Mundi
