Três dias após o segundo turno das eleições, a candidata presidencial do movimento Revolução Cidadã, Luisa González, reapareceu para denunciar a descoberta de novas evidências sobre as irregularidades na contagem de votos no último processo eleitoral.
Por meio de um vídeo na rede social X, González alertou sobre várias versões de atas que foram modificadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), uma vez carregadas no sistema, alterando não apenas a cadeia de custódia, mas também o resultado final.
González informou que existem 1.984 atas sem assinaturas conjuntas das autoridades das Juntas de Recebimento de Votos (JRVs), o que violaria o artigo 127 do código da democracia e que deveriam ser invalidadas.
Ela destacou também a existência de 1.526 atas, cuja soma não coincide com o número de eleitores, o que na opinião da política também deveriam ser anuladas pela CNE.
González também denunciou 1.582 atas cujo resultado se desvia da média de seus respectivos distritos eleitorais, o que indicaria possível ingresso adicional receita adicional de atas nesses JRVs.

Joselino Bolaños / Asamblea Nacional
Ela também apontou uma diminuição incomum do voto em branco, o que levanta dúvidas sobre uma possível manipulação direta de mais de 150 mil cédulas de votação.
Segundo a candidata a maioria das Juntas Receptoras de Votos não cumpriu o protocolo que exige a inscrição do número de eleitores. Ela também acrescentou que existem evidências de uma diminuição artificial da abstenção, em outras palavras, havia mais votos do que eleitores.
No vídeo, González agradeceu seus eleitores por “um projeto que foi construído sobre a união legítima da esquerda e da direita”.
Ela sustentou que a campanha eleitoral foi “atormentada por irregularidades” que começam com o fato de o presidente Daniel Noboa ter feito campanha sem licença para buscar a reeleição.
Também culpou o presidente equatoriano pelo “controle de instituições eleitorais que permitiram ilegalmente o uso indiscriminado de recursos públicos para uma campanha aberta do governo”.
A candidata referiu-se à entrega de “títulos milionários sem análise técnica como uma estratégia populista para comprar votos, o que hoje coloca em risco a dolarização”.
González também questionou as “mudanças nos recintos eleitorais e o estado de emergência de última hora”.
Por fim, a candidata da Revolução Cidadã informou que as novas descobertas serão contestadas perante as autoridades competentes e lamentou que as mesmas estejam sob o controle de quem governa o país.
Fonte: Opera Mundi