Por Rafael Medeiros | TREZZE Comunicação Integrada | Espiasó Podcast
Enquanto as articulações para 2026 ganham forma no Amazonas, com nomes como Omar Aziz, Eduardo Braga, Capitão Alberto Neto e Wilson Lima tecendo alianças que podem redesenhar o poder local e nacional, uma ausência salta aos olhos: o PT.
O partido que elegeu Lula e derrotou Bolsonaro em 2022 parece ter sido apagado da política estadual, reduzido a mero espectador em um jogo onde já foi protagonista. A pergunta que não cala: como o PT amazonense chegou a esse nível de irrelevância?
A resposta passa, inevitavelmente, pela gestão do deputado estadual Sinésio Campos, presidente estadual do partido e figura que, em sua oitava legislatura, transformou o PT em um fantasma político.
Enquanto aliados e adversários negociam espaços em prévias nacionais (como a possível federação entre Republicanos e MDB, que uniria Tarcísio de Freitas e Eduardo Braga), o PT amazonense não consegue sequer ser cotado nas análises. Não há menção, não há projeto, não há voz. A máquina petista, outrora temida, hoje não assusta ninguém — e isso não é obra do acaso.
O desmonte é tão profundo que, mesmo com Lula na Presidência da República, o PT do Amazonas não capitaliza o poder federal. Não constrói bases, não forma novos quadros, não disputa espaços.
Sinésio Campos, em vez de fortalecer o partido, parece tê-lo entregue às conveniências do balcão, diluindo sua identidade e afastando-o das lutas que um dia o tornaram relevante. Enquanto o PL, o MDB e até o PSD movem peças no tabuleiro, o PT assiste, mudo, à própria morte política.
E aí surge a dúvida cruel: isso foi proposital? Quem ganha com um PT frágil no Amazonas?
Lula venceu Bolsonaro com um projeto nacional, mas, no estado, o partido que deveria ser seu braço forte não existe. Foi engolido pelas máquinas municipais e estaduais, esvaziado por uma gestão que preferiu negociar nos bastidores a construir um movimento popular.
O resultado é um PT que não elege, não pressiona, não influencia — um partido que, nas palavras de muitos, já virou pó.
A análise é dura, mas necessária. Enquanto o cenário de 2026 se desenha com Tarcísio, Omar, Braga e Neto, o PT amazonense nem aparece no radar. Sequer consegue ser “inimigo” a ser batido. Está ali, invisível, como se sua única função fosse servir de contraste para o avanço de outros projetos. E, nesse contexto, a responsabilidade de Sinésio Campos é incontornável.
O que resta é a pergunta que ecoa entre militantes e observadores: até quando?
Até quando o PT do Amazonas será apenas um nome sem força, um projeto sem rumo, um partido que existe no papel mas não na prática?
Enquanto o Brasil discute o futuro, o Amazonas petista parece ter virado passado.
Achei prudente, para o momento, ainda não colocar o vice-governador Tadeu de Souza e o prefeito David Almeida nesta análise. Mas a mensagem subliminar da marretada do “70!” e do “menos pior!” que ecoou aos berros da boca de petistas na última eleição… deixarei para a próxima análise. rs…
Rafael Medeiros | TREZZE Comunicação Integrada | Espiasó Podcast