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O adolescente Miguel Oliveira, conhecido como “pastor mirim”, será homenageado nesta quarta-feira (28) com o título de “Embaixador da Paz no Rio de Janeiro”, além de ser reconhecido como “líder cristão influente”. A cerimônia ocorrerá no auditório da Faculdade Instituto Rio de Janeiro (FIURJ) e será promovida pela Associação Internacional dos Embaixadores da Paz no Brasil. O evento terá presença de autoridades, líderes religiosos e fiéis admiradores do jovem missionário.
Aos 15 anos, Miguel construiu uma carreira meteórica dentro do meio evangélico. Ele se tornou conhecido nacionalmente após vídeos controversos de suas “pregações” viralizarem nas redes sociais. Famoso pela oratória que imita pastores adultos, ele defende bandeiras como “Deus, pátria, família e liberdade” e já declarou publicamente que tem o sonho de ser presidente da República, além de criticar abertamente a esquerda.
Apesar do prestígio com parte da comunidade religiosa, Miguel não é unanimidade, nem dentro, nem fora dos círculos evangélicos. Sua trajetória, ainda curta, também acumula uma série de polêmicas, decisões judiciais, críticas e até denúncias.
Aos 15 anos, Miguel Oliveira não é unanimidade no meio evangélico, e coleciona polêmicas (Foto: Reprodução)
Banido das redes e proibido de pregar
Neste ano, o Conselho Tutelar proibiu Miguel de pregar em igrejas, viajar e usar redes sociais por tempo indeterminado. A medida foi adotada após preocupações sobre a exposição excessiva do adolescente e possíveis abusos emocionais, psicológicos e até financeiros relacionados às suas atividades religiosas.
Em meio à decisão, o próprio pastor mirim publicou que seu retorno seria “assustador”, o que gerou ainda mais repercussão nas redes. A ordem do Conselho determinou, ainda, que o jovem retornasse às aulas presenciais, deixando de lado o ensino online que vinha adotando para atender sua agenda de cultos e viagens.
Supostas curas do pastor e acusações de charlatanismo
Outro episódio que inflamou as redes sociais foi quando Miguel, durante um culto, rasgou supostos laudos médicos e declarou estar curando fiéis de doenças como câncer, leucemia e pneumonia. “Eu rasgo o câncer, eu filtro o teu sangue e eu curo a leucemia”, afirmou diante de um público eufórico.
O vídeo gerou grande revolta dos cidadãos e acusações de exploração da fé, charlatanismo e até abuso emocional. Internautas questionaram a veracidade das “curas” e criticaram a falta de embasamento teológico nas falas do jovem, que, segundo especialistas, apenas reproduz fórmulas comuns ao meio neopentecostal, sem o devido aprofundamento bíblico.
Agressão em evento religioso
Em mais um episódio polêmico, o pastor mirim afirmou ter sido agredido por seguranças após ser expulso do Congresso dos Gideões, em Camboriú (SC). Nas imagens que circularam na internet, ele aparece alterado, alegando ter sido arrastado e retirado à força do ginásio enquanto atendia seguidores.
“Fui arrastado, tirado à força pelos seguranças, pegaram no meu braço, me agrediram dentro ali do ginásio, me tiraram a todo custo”, desabafou o jovem em um vídeo que viralizou logo após o ocorrido.
Ameaças, críticas e investigação do Ministério Público
A crescente exposição também trouxe riscos. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu investigação sobre ameaças e xingamentos que Miguel e sua família vêm recebendo nas redes sociais. Comentários chamando-o de “anticristo” e acusando-o de “enganar fiéis” fizeram parte dos relatos levados à Polícia Civil.
Além das críticas nas redes, o adolescente pastor enfrenta resistência dentro do próprio meio evangélico. Vários líderes religiosos desaprovam sua postura, que consideram arrogante, debochada e teologicamente superficial.
Apesar de toda a controvérsia, o pastor mirim mantém apoio de parte da comunidade evangélica e de figuras públicas, como o inelegível Pablo Marçal, que o defendeu publicamente. O próprio adolescente afirma que as críticas servem como “combustível” para seguir sua caminhada.
Fonte: ICL Notícias
