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O agente federal Wladimir Matos Soares, preso preventivamente desde novembro de 2024, admitiu em áudios que integrava um grupo de operações especiais com “poder de fogo elevado” disposto a “matar meio mundo” para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022 UOL Notícias.
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Nesse mesmo material, Soares revela que o plano previa também prender o ministro do STF Alexandre de Moraes, e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva O GLOBO.
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O policial afirma que aguardavam apenas um “ok” de Bolsonaro, mas que este “deu para trás” por falta de apoio militar, sobretudo dos generais do Exército UOL Notícias.
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A investigação, conhecida como Operação Contragolpe, identificou cinco núcleos operacionais, entre eles o de planejamento do golpe, no qual Soares está inserido .
Contexto da investigação
A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal, apura suposta organização criminosa que visava dar um golpe de Estado em novembro/dezembro de 2022, pouco antes da posse de Lula. Além de Wladimir Soares, foram presos quatro militares do Exército, incluindo o general de brigada Mario Fernandes, e outras sete pessoas, formando o chamado “núcleo 3” da trama Wikipédia.
Revelações de Wladimir Matos Soares
Em áudios recuperados no computador e no celular do agente, Soares descreve:
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Preparação armada: “A gente ia com muita vontade, íamos empurrar meio mundo de gente, íamos matar meio mundo de gente, não estava nem aí mais” CNN Brasil.
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Estrutura de comando: fazia parte de uma equipe de operações especiais com alto poder de fogo, pronta para agir contra opositores UOL Notícias.
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Autorização pendente: aguardavam apenas um sinal de Bolsonaro para iniciar ações violentas UOL Notícias.
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Desistência: atribui o recuo ao “PT ter comprado generais”, segundo ele, traídos dentro do Exército UOL Notícias.
O plano golpista
Segundo o relatório da PF e despacho do STF:
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Monitoramento e ataque a autoridades: uso de veículos oficiais do Batalhão de Ações de Comandos para vigilância de alvos Wikipédia.
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Métodos previstos: de tiros e explosivos a envenenamento (até cogitavam aproveitar vulnerabilidade de saúde de Lula) Wikipédia.
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Financiamento: proposta de R$ 100 mil por Mauro Cid, ajudante de ordens de ex-ministro Walter Braga Netto, para custear assassinatos Wikipédia.
Principais alvos
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Luiz Inácio Lula da Silva (então presidente eleito)
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Geraldo Alckmin (vice)
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Alexandre de Moraes (ministro do STF)
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Possível quarto alvo: Flávio Dino (ex-ministro da Justiça e Segurança Pública) Wikipédia.
Reação de Bolsonaro e dos militares
Soares acusa Bolsonaro de “dar para trás” na véspera do golpe, afirmando que generais se recusaram a apoiar e teriam sido subornados pelo PT UOL Notícias. Até hoje, nem o ex‑presidente nem os generais mencionados comentaram oficialmente as acusações.
Andamento do processo
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A PGR denunciou Wladimir Soares no STF, integrando o chamado “núcleo 3” da trama O GLOBO.
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O julgamento está marcado para a próxima semana no Supremo Tribunal Federal O GLOBO.
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Soares nega envolvimento concreto, mas mantém as afirmações sobre o plano em áudios CNN Brasil.
Conclusão
As revelações do policial Wladimir Matos Soares escancaram a gravidade da trama golpista: um grupo armado, pronto para assassinatos em massa, visando impedir uma transição democrática. Com o julgamento próximo, caberá ao STF definir responsabilidades e demonstrar se houve, de fato, conivência de altas patentes militares e políticas no planejamento de um golpe de Estado.