quinta-feira, maio 15, 2025

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RODRIGO GUEDES: O Fiscal do Povo que Pode Redefinir o Jogo Político no Amazonas

Do segundo mandato na Câmara de Manaus a uma possível ascensão estadual ou federal, vereador da oposição se consolida como força eleitoral incontornável.

 

Por Rafael Medeiros TREZZE Comunicação Integrada.

Em um cenário político marcado pela polarização e pela crise de representatividade, o vereador Rodrigo Guedes (PP/AM) emerge como um fenômeno raro: um parlamentar que transformou a fiscalização em bandeira e a oposição ferrenha em método. Com dois mandatos na Câmara Municipal de Manaus, Guedes não só construiu uma base orgânica de apoio popular — impulsionada por uma presença digital aguerrida — como se tornou um nome inevitável nas projeções para as eleições de 2026, seja para a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) ou para a Câmara Federal.

Mas o que explica a ascensão de um vereador que, em uma casa legislativa com 41 cadeiras, destaca-se justamente por incomodar? A resposta está em uma combinação de ativismo territorial, comunicação estratégica e um discurso anticorrupção real que ecoa no eleitorado manauara.

O Legado da Fiscalização: Dos Buracos às Ruas

Rodrigo Guedes não “adotou” os vídeos em buracos como modismo — ele os popularizou como instrumento de pressão. Enquanto outros vereadores replicam a tática de forma oportunista, Guedes estruturou seu mandato em torno da “Maratona dos Bairros”, projeto que expõe décadas de negligência em infraestrutura urbana. Seu diferencial? A consistência: há anos, ele transforma denúncias em pautas legislativas, como a CPI das Águas de Manaus (2023) e a CPI dos Empréstimos (2025), ambas pautas debatidas exaustivamente por Rodrigo, juntamente com a sociedade no orgânico e no digital.

Para o eleitor, a mensagem é clara: Guedes é o “vereador que aparece onde a prefeitura falta”. E isso tem peso. Em 2022, mesmo sem disputar eleições majoritárias, seu apoio a candidatos aliados foi decisivo em zonas periféricas da capital — um capital político que agora pode ser convertido em votos próprios.

A Máquina de Conteúdo que Virou Arma Política

Com milhares de seguidores engajados, Guedes domina a linguagem das redes sociais não como celebridade, mas como ativista midiático. Seus vídeos — crus, diretos e sem edições polidas — criaram um novo padrão de transparência forçada: o cidadão comum enxerga nele um “canal direto” para exigir respostas do poder público.

A estratégia é tão eficaz que, mesmo na oposição, Guedes consegue agendar e pautar o debate municipal. Quando ele denuncia um buraco na Zona Leste, a prefeitura é obrigada a reagir; quando questiona contratos suspeitos, o tema vira manchete. Essa capacidade de gerar “crise e narrativa” simultaneamente é um trunfo raro em um legislativo muitas vezes invisível.

O Dilema dos Aliados

O Voto de Guedes Vale Mais que o Próprio Guedes?

Aqui reside o paradoxo: enquanto partidos tradicionais cobiçam o capital eleitoral do vereador (sua capacidade de mobilizar eleitores em bairros populares), muitos temem seu capital de fiscalização. Guedes não é um aliado “controlável” — ele cobra aliados e adversários com igual ferocidade.

Esse é o risco para quem eventualmente negociar apoio em 2026: como incorporar um político que, uma vez eleito deputado, pode virar o mesmo fiscal contra seus próprios correligionários? A pergunta já divide grupos no Amazonas e explica por que, até agora, Guedes mantém-se como uma “marca própria”, ainda que filiado ao PP.

2026: O Salto para o Estadual ou Federal?

Projeções internas apontam que, se disputasse a ALE-AM hoje, Guedes seria eleito com folga. Já uma campanha para deputado federal exigiria alianças mais complexas, mas não impossíveis: seu discurso anticorrupção e sua agenda nacionalista (defesa da Zona Franca de Manaus, combate a “privilégios de elites”) têm ressonância além da capital.

O cenário ideal para ele?

Concorrer aos dois cargos simultaneamente, usando a candidatura estadual como pilar e a federal como projeção. Se repetir o desempenho de 2024 — quando ele mais que dobra seus votos na capital em relação ao seu primeiro mandado —, será um trunfo para qualquer chapa.

O Preço da Autenticidade

Rodrigo Guedes é, acima de tudo, um sintoma do desgaste da política velha/ tradicional. Em um estado onde o voto de protesto cresce (vide a eleição de governadores outsiders), ele oferece ao eleitor algo tangível: a sensação de que alguém, finalmente, “está fazendo barulho por eles”.

Seu desafio agora é converter visibilidade em estrutura sem perder a credibilidade. Se conseguir, não será apenas mais um nome na disputa — será o divisor de águas de 2026.

Rafael Medeiros
TREZZE Comunicação Integrada

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