quarta-feira, abril 23, 2025

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São Paulo sedia primeira feira palestina neste sábado (5)


O Espaço Cultural Lélia Abramo, em São Paulo, sedia neste sábado (05/04) a 1ª edição da Feira Palestina. O evento é organizado pelo professor palestino Rafat Alnajjar e conta com apoio do Núcleo Palestina São Paulo, do Fórum Latino Palestino e da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).

A programação do dia será aberta com uma oficina de caligrafia árabe, ministrada por Alnajjar. Os visitantes podem participar de uma oficina de henna, com a especialista Dalia Ahmed.

Após o intervalo de almoço, o palestino Rahaf Hussin vai oferecer uma oficina de tatreez. Na sequência, Kaamilah Mourad dará aula de dabke, dança folclórica do Levante, especialmente popular na Palestina, Líbano, Síria e Jordânia, caracterizada pela marcação rítmica de batidas fortes no chão. A dança, tradicional em casamentos, festivais e eventos comunitários, simboliza união, resistência e identidade cultural.





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No encerramento da feira, o palestino Yousef Saif vai apresentar a música de seu país ao público. Saif é compositor e músico multi-instrumentista que, desde os seis anos de idade já tocava o buzuk, instrumento típico do Iraque. Saif é graduado na Jordânia e já trabalhou com várias bandas palestinas. Atualmente, no Brasil, toca em grupos como a Orquestra Mundana Refugi, Diversite e Yaqin Ensemble.

Durante o evento, que terá entrada gratuita, o público poderá adquirir itens próprios da cultura palestina, como peças de tatreez, bordado tradicional, e ainda degustar pratos típicos do país.

‘Outro lado de Gaza’

Em entrevista concedida à Agência Brasil, Rafat Alnajjar, que mora há 3 anos no Brasil, e já perdeu parentes e amigos no atual conflito na Faixa de Gaza, disse que o evento foi pensado para mostrar um outro lado de sua terra natal, para que a região não se resuma a uma zona de conflitos. “É mostrar um outro lado, além da matança, da guerra. O lado bonito”, resume o professor.

Alnajjar é formado em matemática e educação pela Universidade Al Azhar, na cidade de Gaza, e veio ao Brasil por acaso, como um “desvio forçado da rota”. Em sua cidade natal, trabalhava na construção de casas e tinha uma condição financeira boa, diferentemente da maioria dos jovens, que, com frequência, trabalham em troca de comida ou remuneração baixa, segundo ele. Por isso, conseguiu juntar o dinheiro necessário para fazer a viagem internacional.

Arquivo pessoal
Professor palestino Rafat Alnajjar e sua esposa, a brasileira Bruna Khuriyeh, em manifestação pró-Palestina em São Paulo

O professor pretendia morar no exterior para colaborar mais com sua família e país. “Pensei em ir a algum lugar de onde pudesse ajudar meu povo, de longe. Pensava que, se ficasse em Gaza, eu iria ser uma pessoa inútil, só mais uma pessoa da população”

Alnajjar comenta que não gostava de política antes de começar a participar de manifestações pró-Palestina em São Paulo, onde fez vários amigos e companheiros de luta e conheceu sua esposa, a brasileira Bruna Khuriyeh.

Hoje, ele acompanha o modo como a imprensa tem retratado o conflito de Israel. Para ele, alguns veículos de comunicação cobrem os fatos com um viés que favorece Israel, contribuindo com a desinformação.

De acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), que analisou dados de novembro de 2023 a abril de 2024, quase 70% das vítimas mortas em Gaza eram crianças e mulheres. Cerca de 80% delas estavam em edifícios residenciais na hora em que foram mortas.

Em meados de janeiro deste ano, houve o anúncio de um cessar-fogo. Em março, entretanto, a primeira fase da trégua chegou ao fim e, desde então, estima-se que mais de 1 mil pessoas foram mortas por Israel em Gaza.

Entre as vítimas, há também trabalhadores humanitários. Em 30 de março, em Gaza, foram removidos de uma vala comum os corpos de 15 socorristas do Crescente Vermelho Palestino, da Defesa Civil de Gaza e das Nações Unidas. Eles foram mortos dias antes por forças israelenses enquanto tentavam salvar vidas.

Serviço

  • 1ª edição da Feira Palestina SP
  • Data: (05/04), das 10h às 17h
  • Local: Espaço Cultural Lélia Abramo (Rua Carlos Sampaio, 305; próximo à estação de metrô Brigadeiro)
  • Entrada gratuita, com oficinas pagas (a participação sem o uso do material disponível não exige contribuição)

(*) Com Agência Brasil



Fonte: Opera Mundi

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