Para o presidente Donald Trump, a adoção dessas tarifas de importação vão ajudar o país a ter uma indústria forte de novo (Foto: Carlos Barria, Reuters)
O anúncio da lista de tarifas recíprocas para 26 mercados, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump nesta quarta-feira (2) em evento na Casa Branca, pode ser considerado uma surpresa positiva para o Brasil e para Santa Catarina. O país ficou no grupo dos que tiveram a tarifa recíproca mais baixa, de 10%, ao lado da Colômbia, Chile, Austrália, Reino Unido, Turquia e Cingapura. Isso significa que, para diversos produtos, o Brasil ficou mais competitivo nos EUA do que seus concorrentes, apesar de ter uma elevação de custo com o acréscimo de 10%.
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Nas ponderações para definir a tarifa do Brasil, o governo americano considerou mesmo a média das tarifas brasileiras aplicadas a produtos dos EUA, que são de aproximadamente 11% (Veja no final desta matéria as listas dos produtos mais exportados por SC aos EUA e, também, os mais importados).
Entre os setores que receberam com alívio a tarifa recíproca de 10% está o de móveis e madeira. Isso porque Trump havia anunciado que estava pensando em taxar com 25%.
— Vou dizer para você uma coisa: é claro que para nós, se tivesse uma taxação menor, seria melhor, porque tudo depende do mercado consumidor e aumento sempre afeta um pouco. Mas, dentro daquilo que eu esperava, eu devo dizer que não fiquei muito chateado, não!. Fiquei até satisfeito, porque nós até pegamos uma taxação razoável. Amanhã eu vou fazer um contato com cliente nosso nos EUA para que ele possa decifrar até onde os móveis estão incluídos. Mas se ficar em 10%, considero razoável — afirmou o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para o Planalto Norte, Arnaldo Huebl, que é fabricante de móveis e exporta para os EUA.
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O industrial soube que um colega empresário que exporta madeira já falou com um cliente americano sobre a nova situação. Esse cliente disse a ele que comprará mais do Brasil porque a tarifa é mais barata.
Conforme Arnaldo Huebl, uma preocupação do setor de móveis é a China, mas a conclusão é que o Brasil será mais competitivo porque os chineses terão tarifa recíproca de 34%. Na avaliação do industrial, a tarifa de 10% vai deixar o Brasil mais competitivo numa série de produtos.
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Um dos setores que enfrenta preocupação maior em Santa Catarina é o de autopeças porque o governo americano vai taxar as importações de veículos em 25% a partir desta quinta-feira. Isso significa que carros fabricados no exterior com autopeças feitas no Estado ficarão mais caros e terão dificuldades para venda nos EUA. Os impactos disso serão conhecidos com o tempo.
Nesta quarta-feira, muitos empresários acompanharam os anúncios de Donald Trump em evento com forte cunho político na Casa Branca. Mas estão preferindo avaliar melhor, esperar a publicação das regras, para depois se manifestar.
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Veja como ficaram as tarifas para os mercados com a nova taxação
Principais produtos exportados por SC aos EUA:
- Obras de carpintaria para construção
- Motores elétricos
- Partes de motor
- Madeira em forma
- Outros móveis
- Madeira compensada
- Madeira serrada
- Partes e acessórios para veículos
- Carne suína
- Compressores de ar
- Cerâmica não vitrificada
- Iates
- Gelatina
- Madeira MDF
- Recipientes de papel
- Transformadores elétricos
- Bombas de líquidos
- Outros preparados de couros de bovinos e equinos
- Suco de frutas
- Madeira densificada
Fonte: Mdic e Observatório Fiesc
*Dados de janeiro a setembro de 2024
Principais produtos importados dos EUA por SC:
- Polímeros de etileno
- Veículos
- Borracha Sintética
- Reagentes de laboratório
- Instrumentos médicos
- Polímeros de cloreto de vinila
- Motores de pistão
- Carbonatos
- Partes e acessórios para veículos
- Coque de petróleo
- Proteínas solúveis em água
- Aparelhos para análises físicas ou químicas
- Aços laminados planos
- Medicamentos embalados
- Pasta química de madeira
- Produtos imunológicos
- Rolamentos
- Preparações antidetonantes
- Chapas de plástico
- Petróleo
*Dados de janeiro a setembro de 2024
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Fonte: NSC
