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A taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre de fevereiro a abril — praticamente estável em relação aos 6,5% registrados no trimestre anterior, mas inferior ao índice de 7,6% do mesmo período de 2024. Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) foi divulgada nesta manhã de quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento mostra que o mercado de trabalho brasileiro se manteve estável no trimestre encerrado em abril de 2025, mas apresentou sinais claros de avanço qualitativo, com destaque para a alta no emprego formal e o recuo da informalidade.
O número de pessoas desocupadas segue em queda na comparação anual: são 7,3 milhões atualmente, uma redução de 11,5% (ou 941 mil pessoas) em relação ao ano anterior. Já a população ocupada soma 103,3 milhões, com leve alta anual de 2,4%. O nível de ocupação — proporção de pessoas trabalhando em relação à população em idade ativa — atingiu 58,2%.
Taxa de desemprego: Carteira assinada dispara e informalidade cai
O dado que mais chama atenção, no entanto, é o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que bateu novo recorde: 39,6 milhões de pessoas, o maior número da série histórica. Isso representa alta de 0,8% sobre o trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo trimestre do ano passado.
Em sentido oposto, a taxa de informalidade caiu para 37,9% — o menor patamar desde 2016. O número de trabalhadores informais está em 39,2 milhões, o que também reflete maior formalização do mercado de trabalho.
A estabilidade no número de trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada, combinada ao crescimento do emprego formal, indica uma absorção mais estruturada da força de trabalho.
“A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma a capacidade do mercado de absorver empregos temporários criados no fim de 2024”, afirmou William Kratochwill, analista do IBGE. Ele também destaca que a queda na informalidade reflete maior exigência por condições formais de trabalho, especialmente diante da maior qualificação da mão de obra.
Setores
Entre os setores, apenas o grupamento de administração pública, educação e saúde apresentou crescimento na comparação trimestral, em função do início do ano letivo.
Em relação ao mesmo período de 2024, cinco setores ampliaram o número de ocupados, com destaque para comércio (+696 mil), indústria geral (+471 mil) e administração pública (+731 mil). Em contraste, a agricultura teve queda de 348 mil postos.
Renda
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou em R$ 3.426, estável no trimestre, mas com alta de 3,2% na comparação anual. Já a massa de rendimento real alcançou R$ 349,4 bilhões — o maior valor já registrado — puxada pela estabilidade do número de ocupados e crescimento dos empregos formais.
Veja os principais pontos da pesquisa
✔️Desemprego: taxa estável em 6,6%, mas com queda de 1 p.p. em relação ao ano anterior.
✔️Emprego formal: recorde de 39,6 milhões com carteira assinada no setor privado (+3,8% em 1 ano).
✔️Informalidade: caiu para 37,9% da população ocupada (menor nível desde 2016).
✔️População ocupada: 103,3 milhões, crescimento de 2,4% frente ao mesmo trimestre de 2024.
✔️Rendimento médio: R$ 3.426 (+3,2% no ano).
✔️Massa salarial: recorde de R$ 349,4 bilhões (+5,9% em 12 meses).
✔️Setores com crescimento anual: comércio, indústria, transporte, setor público e serviços financeiros.
✔️Setor agrícola: única queda significativa (-4,3% ou menos 348 mil pessoas).
Fonte: ICL Notícias