📍 Manaus (AM) – Um vídeo gravado por um dos próprios agentes da Guarda Municipal de Manaus revelou cenas de violência policial em um prédio abandonado localizado no centro da capital amazonense. As imagens, divulgadas nesta quinta-feira (25), mostram o guarda municipal Francisco das Chagas Eugênio de Araújo agredindo com um cassetete um homem algemado e imobilizado no chão. Outros sete agentes estavam presentes na ação, mas nenhum interveio para impedir as agressões.
O episódio ocorreu no dia 12 de abril, em um imóvel abandonado que teria sido invadido por pessoas em situação de rua. De acordo com o depoimento prestado por Francisco das Chagas à Polícia Civil, a guarnição teria sido acionada para conter um grupo que estaria ocupando o local. O agente alegou que o homem agredido estaria “nervoso” e teria atirado objetos contra os guardas, o que, segundo ele, justificaria o uso da chamada “força progressiva”.
Entretanto, as imagens contradizem a versão apresentada. O vídeo mostra o homem, que seria morador de rua, completamente rendido e algemado no chão, sem qualquer sinal de resistência. Ainda assim, ele recebe diversos golpes de cassetete, inclusive na cabeça. A voz que aparece no vídeo afirmando que o homem “só vai apanhar” é atribuída ao próprio Francisco das Chagas.
A gravação termina com a frase: “Vai apanhar até umas horas”, dita enquanto os golpes continuam. O homem agredido foi liberado no mesmo dia, sem registro formal de detenção ou atendimento médico registrado pelas autoridades municipais.
A Polícia Civil do Amazonas abriu um inquérito para investigar possíveis crimes de tortura e abuso de autoridade. A conduta dos outros guardas que presenciaram a ação sem intervir também está sendo apurada.
Especialistas em direitos humanos classificaram o caso como grave violação de direitos fundamentais e cobraram providências imediatas por parte do poder público. A Defensoria Pública do Estado do Amazonas afirmou que vai acompanhar o caso de perto.
🚨 O vídeo causou indignação nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a atuação das forças de segurança municipais e o tratamento dispensado a pessoas em situação de vulnerabilidade.