Veróniza Sarauz, viúva do ex-candidato presidencial Fernando Villavicencio, assassinado em agosto de 2023 às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais daquele ano no Equador, afirmou em um vídeo publicado em suas redes sociais que sofreu pressões de autoridades para culpar o ex-presidente do país, Rafael Correa (2007-2017), pelo crime que vitimou seu marido naquela ocasião.
Segundo ela, a procuradora geral equatoriana Diana Salazar teria mentido a ela, dizendo que uma suposta testemunha do crime teria apresentado provas de que a ação teria sido encomendada por Correa.
“Ela (Diana Salazar) me pressionou para gravar um vídeo e publicar nas redes sociais dizendo que a culpa era do Correa, e o fez a partir dessa declaração dada por uma testemunha com identidade sob sigilo, mas a informação era falsa, me enganaram de forma vil”, conta Sarauz.
Villavicencio era candidato do partido de direita Movimiento Construye quando foi assassinato com três tiros na cabeça após sair de um encontro político na cidade de Quito, no dia 9 de agosto de 2023. Ele era um dos oito presidenciáveis que disputavam aquele primeiro turno.
Envolvimento de Noboa
Em outro momento, a viúva de Villavicencio diz que quando teve acesso ao expediente da investigação, perceber que a informação que havia recebido era “uma versão falsa que foi construída pelo Ministério Público para fabricar culpados e encobrir os verdadeiros responsáveis”.
Denuncio al país y al mundo, quienes están detrás del ocultamiento de la verdad y la manipulación política del
asesinato de mi esposo Fernando Villavicencio. pic.twitter.com/9NjvoKoITa— VerónicaSarauz (@VeroSarauzP) April 8, 2025
Sarauz também afirma que pessoas ligadas ao grupo político de Daniel Noboa teriam participado da manipulação, e acusa esse setor partidário de ter “se aproveitado eleitoralmente” da morte do seu marido.
“Por trás da morte de Fernando (Villavicencio) está não somente a política como também o narcotráfico, altos mandos da Polícia Nacional e também poderes financeiros que lavam dinheiro sujo no Equador”, completa.
Ao final do vídeo, Sarauz denunciou o que definiu como “cumplicidade perversa entre a procuradora geral (Diana Salazar) e o presidente Daniel Noboa”.
“Eles (Salazar e Noboa) selaram um pacto de silêncio para proteger os verdadeiros culpados, isso aconteceu na cidade de Guaiaquil, no ano de 2023, para garantir a impunidade das estruturas criminosas que operam dentro do Estado”, concluiu.
Com informações de Swissinfo.
Fonte: Opera Mundi